domingo, 6 de janeiro de 2013

Bashar al-Assad pede mobilização e propõe 'conferência de reconciliação'




Presidente agradeceu China, Rússia e Irã por não interferirem no país.
Ele disse que inimigos são extremistas e vêm de fora da Síria.


O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez uma aparição na manhã deste domingo (6), o primeiro discurso para audiência desde junho, em que pediu uma grande mobilização nacional para lutar contra "inimigos extremistas" e "terroristas da al-Qaeda" que, segundo ele, vêm de fora do país.

Assad revelou o que chamou de "iniciativa de paz" para acabar com o violento confronto que já dura 21 meses — e que, segundo a ONU deixou 60 mil mortos. Mas a proposta, que incluiria uma "Conferência de reconciliação" excluindo os que "traíram a Síria" seguida de um novo governo e anistia, deve ser rejeitada pela oposição  que já disse que não negociará a menos que Assad deixe o poder. "O primeiro estágio de uma solução política exigiria que as potências regionais parem de financiar e armar (a oposição), o fim das operações terroristas e o controle das fronteiras."
Assad disse que defender a nação é um "dever" e agradeceu países como China, Rússia e Irã, que decidiram não intervir nos assuntos internos de seu país.
Bashar al-Assad, em discurso em Damasco neste domingo (6) (Foto: Reuters)Bashar al-Assad, em discurso em Damasco neste domingo (6) (Foto: Reuters)
"Nunca rejeitamos uma solução política", disse o presidente, no discurso proferido da Casa de Cultura e das Artes, centro de Damasco , "mas não negociaremos com extremistas e com pessoas cuja única lingua é o terrorismo. [...] A nação é para todos e todos devemos protegê-la."
O presidente, que discursou à frente de uma enorme bandeira com os rostos de várias pessoas estampados, afirmou ainda que o mortífero conflito não é entre seu regime e a oposição, mas entre a Síriax e seus inimigos, que, segundo ele, querem a divisão do país.
Oposição
A oposição da Síria rejeitou a proposta de paz anunciada por Bashar al-Assad, dizendo que esta objetiva destruir os esforços diplomáticos para acabar com a guerra civil. "Assad simplesmente queria, com a iniciativa que ele propôs, interromper o caminho para se chegar a uma solução política que pode resultar da próxima reunião com Brahimi (representante mediador da ONU, Lakhdar), o que a oposição não aceitará, a menos que ele e seu regime saiam", disse o porta-voz da Coalizão Nacional Walid Buni, à agência de notícias Reuters.

União Europeia
O chefe da União Europeia de Política Externa disse neste domingo que o presidente sírio precisa deixar o cargo para trazer uma solução política para a guerra em seu país. "Nós vamos analisar com cuidado se há algo de novo no discurso, mas mantemos nossa posição de que Assad tem que se afastar e permitir uma transição política", afirmou porta-voz da área de Relações Exteriores da UE, Catherine Ashton.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse que as promessas de reforma de Bashar al-Assad "não enganam ninguém". É um discurso que "vai além da hipocrisia", disse Hague em uma mensagem divulgada em sua conta no Twitter. Assad é "responsável pelos mortos, pela violência e pela opressão" que atingem a Síria, acrescentou.
Durante a manhã, antes do discurso de Assad, o primeiro-ministro britânico David Cameron havia reafirmado que o presidente sírio deveria deixar o poder. "Vá embora. Esta é minha mensagem para Assad", declarou Cameron à rede de televisão BBC1.
Fonte: G1

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