terça-feira, 18 de março de 2014

Arrastada por carro da PM do Rio foi morta por tiro, diz atestado de óbito


PM não confirmam se a a tranca do porta-malas tinha efeito ou não.
Presa ao carro, Cláudia Silva Ferreira foi arrastada por 350 metros.






Cláudia Silva Ferreira, que teve o corpo arrastado por 350 metros por um carro da Polícia Militar no domingo (16) no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, foi morta por conta de um dos disparos pelos quais foi atingida, como noticiou a GloboNews na tarde desta terça-feira (18). A informação foi dada pela Polícia Civil.

Presa ao porta-malas do veículo por um pedaço de roupa, a vítima teve parte do corpo dilacerada. Por conta disso, cresceu a suspeita de que este poderia ser o motivo da morte. O atestado de óbito, no entanto, informa que ela foi morta por conta da "laceração cardíaca e pulmonar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante". A Polícia Civil e a Polícia Militar não confirmam se a a tranca do porta-malas tinha defeito ou não. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), "perícias complementares" ainda serão realizadas.

Os três policiais estão presos no Complexo Penitenciário de Bangu 8 e, na tarde desta terça, prestavam depoimento na Auditoria de Justiça Militar. De acordo com a Polícia Civil, eles foram presos em flagrante e dois inquéritos foram abertos para apurar o caso.


'Acharam que era bandida', diz filha
Thaís Lima, filha de Cláudia Silva Ferreira, disse que os policiais que estavam no local acharam que Cláudia tivesse envolvimento com o tráfico de drogas. Thaís foi ao estúdio do Bom Dia Rio na manhã desta terça-feira para contar como tudo aconteceu. Ela disse que não acredita na Polícia Militar.

"Foi só virar a esquina e ela deu de frente com eles. Eles [os policiais] deram dois tiros nela, um no peito, que atravessou, e o outro, não sei se foi na cabeça ou no pescoço, que falaram. E caiu no chão. Aí falaram [os policiais] que se assustaram com o copo de café que estava na mão dela. Eles estavam achando que ela era bandida, que ela estava dando café para os bandidos", contou.

Segundo Thaís, os moradores tentaram impedir que a polícia levasse Cláudia do local. No tumulto, policiais teriam atirado para o alto para afastar as pessoas. Ainda segundo ela, o porta-malas do carro da PM que levou Cláudia abriu uma primeira vez na Rua Buriti, logo após o socorro feito pelos PMs.

"Um pegou ela pela calça e outro pela perna e jogou dentro da Blazer, lá dentro, de qualquer jeito. Ficou toda torta lá dentro. Depois desceram com ela e a mala estava aberta. Ela ainda caiu na Buriti [rua, em Madureira], no meio do caminho, e eles pegaram e botaram ela para dentro de novo. Se eles viram que estava ruim porque eles não endireitaram (sic) e não bateram a porta de novo direito?", questionou.
Atos contra a ação policial chegaram a fechar a Avenida Ministro Edgar Romero, próxima à comunidade, uma das mais importantes de Madureira no domingo e na segunda-feira (17) (Foto: Reprodução / TV Globo)
 
Fonte: G 1 do RJ

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