quinta-feira, 23 de abril de 2015

No cárcere presos do petrolão pedem melhorias e comida importada



A rotina no cárcere tem tido efeito diferente sobre os réus da Lava Jato. Segundo matéria publicada no site da ‘Folha’ João Vaccari Neto, por exemplo, quase não fala. Quem acompanha sua rotina o descreve como uma pessoa “fria”. Já o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, apresentou um perfil oposto.

A matéria o classificou como emocional, tanto que foi “diagnosticado” pelos agentes com a Síndrome de Estocolmo, transtorno mental no qual alguém submetido a certo grau de privação ou intimidação se afeiçoa pelo algoz. Tanto que, ao deixar a custódia, após fechar delação premiada, Costa abraçou policiais e soltou, com lágrimas nos olhos, um “obrigado por tudo”.

Passado o choque da detenção, executivos de empreiteiras envolvidas no esquema usaram o tempo para projetar melhorias. Não puderam tocar a obra, mas há relatos de que a água quente passou a beneficiar todos os presos.

Um gaiato chegou a chamar o projeto de “Minha Cela, Minha Vida”, numa alusão irônica ao programa habitacional da presidente Dilma para pessoas de baixa renda.

A publicação da ‘Folha’ afirma que os figurões fizeram encomenda de luxo ao se deparar com cobertores de lã que dão alergia. Dias depois, conjuntos de edredons e roupas de cama foram entregues. No delivery, havia também uma cesta de uvas, chocolates suíços e água Perrier. A comida entrou, mas sob a promessa de que a regalia não seria repetida. Já os edredons da marca MMartan foram devolvidos.

“Bullying”, malhação e leitura

Os presos só desistiram do “bullying” contra o ex-deputado André Vargas, um dos novatos no cárcere, porque um policial ameaçou os algemar. É que os detentos tramavam recepciona-lo com o punho cerrado para o alto. Gesto feito por ele às costas do então relator do julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa.

Como os dias demoram a passar na cadeia, os presos da Lava Jato resolveram ampliar a biblioteca e fazer rodízio de livros. Como o doleiro Alberto Youssef, que já leu cinco livros por semana.

Já Sérgio Mendes, executivo da Mendes Júnior, se transformou numa espécie de “personal trainer” dos colegas, colocando-os para se exercitar. Coincidência ou não, o estado de saúde dos demais presos melhorou.

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Fonte: Folha

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