É possível atravessar as auguras do câncer de mama, perder os dois seios, e voltar a se sentir mulher? Sim. E essa é a proposta trazida pela empresa baiana Zurie Fotografia das fotógrafas Tannia Oliveira e Dani Reis. Neste outubro rosa, ambas fotografaram Sílvia Borges, 38 anos. Ela percebeu um nódulo em um dos seios ao realizar o autoexame e, mais tarde, perdeu as mamas para o câncer.
“A mutilação foi um dos preços que paguei pela chance de viver... Quando me vi sem as mamas me senti uma lagartixa sem rabo. Me sentia uma maçã 'peca' no cesto. Não me reconhecia mais como mulher... Eu era sim, um ser humano sobrevivente. Considerava-me uma boa mãe, irmã, filha amiga... Mas mulher? Não mais!”.
Apesar do sofrimento inicial, Sílvia admite que nunca perdeu a vontade de viver e conta como venceu o câncer.
“Parecia que aquilo tudo nunca iria ter fim. A quimioterapia só não conseguiu tirar a minha vontade de viver, nem a minha coragem! Afastei-me do trabalho, parei de beber a minha cervejinha... Mas tudo bem! Eu sabia que aquela tempestade iria passar... E passou! Já são três anos! Costumo dizer que nada será como já se foi um dia. Sei que não mais serei a mesma antes do CA, mas com certeza vivi uma grande metamorfose".
Já sobre o ‘ser mulher’ e a falta dos seios, Sílvia conta porque não os reconstruiu.
"Hoje eu posso estufar o meu 'peito' e dizer que lutei e venci o câncer de mama! Por falar em 'peito', aplausos para todas as mulheres que se realizam ao reconstruir suas mamas! Desde quando soube que iria ser preciso fazer a mastectomia, fui avisada sobre a possibilidade de reconstruí-las. Engraçado, não senti nenhuma emoção com a notícia. Se essa atitude lhe traz felicidade, acho louvável a iniciativa, porém, existe algumas mulheres que optam em não realizarem a reconstrução. Sinto-me em paz, tranquila".
Fonte: Opnião sul
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