quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Procuradoria tem obrigação de investigar depoimento de Valério, diz Barbosa



Ao tratar sobre o novo depoimento do empresário Marcos Valério, no qual afirma haver provas do envolvimento do ex-presidente Lula no mensalão, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, reiterou que o caso deve ser investigado. Para ele, o Ministério Público tem obrigação de fazer isso.
"Não acho que o Ministério Público poderia investigar. Eu acho que o Ministério Público deve investigar. Porque é o seu dever. Ministério Público, em matéria penal no Brasil, não goza da prerrogativa de escolher quais os casos que vai levar adiante", argumentou o ministro. "O Ministério Público é regido pelo princípio da obrigatoriedade. Ele tem o dever de fazê-lo. Não pode fazer um sopesamento político das suas ações. Cumpre-lhe agir", completou.
Lula Marques/Folhapress
Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa
Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa
Para Barbosa, no entanto, o caso não tem mais repercussão no processo do mensalão julgado pelo Supremo, mas pode gerar novos inquéritos. "A ação penal 470 está encerrada. Nela só cabem eventuais tentativas de recursos. Quanto ao depoimento, naturalmente, cabe ao Ministério Público analisar se vai pedir abertura de um inquérito, não é?"
Ao falar ontem sobre o depoimento, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que recebeu documentos de Valério que comprovariam seu depoimento envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão.
Gurgel, no entanto, adotou um discurso cauteloso em relação a participação de petista no esquema, já que Valério promete "declarações bombásticas" que não se confirmam.
O procurador, no entanto, evitou fazer considerações sobre a participação de Lula no esquema, colocando em dúvida as falas de Valério e garantindo que irá analisá-las em "profundidade" e "rapidamente".
"Ele teria entregue dois comprovantes de depósitos. Isso tem que ser avaliado, assim como quem são os beneficiários desses depósitos, em que contexto isso foi feito. Tudo isso, enfim, tem que ser aprofundado para que a atuação do Ministério Público seja responsável e com objetivo de tudo apurar", disse ontem Gurgel.

Fonte: Folha de S. Paulo

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