Após duas horas de protesto, pistas da Marginal Tietê são liberadas
Manifestantes protestavam por moradias na região e queimaram madeiras.

Um protesto fechou pistas da Marginal Tietê, no sentido Rodovia Ayrton Senna, entre as 13h15 e as 15h10 desta sexta-feira (27), de acordo com a Polícia Militar. Manifestantes atearam fogo em pneus e em pedaços de madeira para impedir a passagem dos carros. O bloqueio foi montado pouco antes da Ponte Orestes Quércia.
Às 14h30, uma faixa da pista expressa tinha sido liberada ao tráfego. Como os manifestantes insistiam em manter a interdição, policiais usaram bombas de efeito moral contra o grupo por volta das 14h40. Os manifestantes revidaram arremessando pedras. Somente pouco antes das 15h, após a chegada de uma equipe do Corpo de Bombeiros e outra da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o trânsito na pista expressa foi liberado. Os manifestantes liberaram a pista local por volta das 15h10.

A Polícia Militar afirma que cerca de 70 pessoas participavam do ato. O protesto ocorria ao lado de uma ocupação organizada por movimentos a favor de moradias populares.
Às 15h, a CET registrava cerca de 10,8 km de filas nas pistas local e expressa da Marginal Tietê, no sentido Rodovia Ayrton Senna. As filas iam da Rodovia Castello Branco até a Ponte da Casa Verde. Já na pista central, na mesma direção, havia 10,1 km de lentidão entre a Ponte dos Remédios e a Ponte da Casa Verde. No horário, a CET registrava 104 km de congestionamento em São Paulo. O índice permanece acima da média desde o início das medições, às 7h desta sexta-feira.
A Prefeitura de São Paulo informou no início da noite desta sexta que a ordem de reintegração de posse do terreno sob a ponte Orestes Quércia foi suspensa por 90 dias. Segundo a nota, "o terreno foi invadido no início de julho, e a Prefeitura negociou com as famílias a desocupação pacífica. No acordo firmado em 22 de julho, a prefeitura se comprometeu com o cadastramento das famílias nos programas habitacionais do município, desde que desocupassem a área até o fim de agosto".
No entanto, de acordo com o documento, das 450 famílias cadastradas pela Secretaria de Habitação nos dias 21 e 22 de julho, cerca de 80 permaneceram no local. Também ocorreram novas ocupações no local após o cadastramento. A administração municipal estuda a apresentação de um recurso a partir da próxima semana.
Frases e ocupação
O grupo escreveu frases no asfalto explicando os motivos do protesto. "Quem acha palhaçada é porque tem casa", afirmavam em uma delas. Além disso, o grupo usava cartazes para explicar os motivos do protesto.
Em julho, cerca de 350 famílias ocuparam terreno embaixo da Ponte Orestes Quércia – conhecida como Ponte Estaidinha - e iniciaram a construção de barracos. O terreno foi dividido em lotes, cada um com mais ou menos 6 metros quadrados. Os barracos são feitos de madeira e o local não possui energia elétrica. Na área ocupada antes funcionava parte do Clube de Regatas Tietê.
No dia 23 de julho, a Prefeitura de São Paulo firmou acordo com os ocupantes de um terreno e as famílias se comprometeram a apresentar uma proposta de desocupação e de entrega do terreno. De acordo com a assessoria da Prefeitura, as famílias foram cadastradas pela Secretaria Municipal de Habitação e serão incluídas em programas habitacionais.
Manhã caótica
A lentidão da manhã foi causada após um acidente na Ponte Cidade Jardim, na Zona Sul. Pouco antes das 5h, um carro derrubou um poste - parte da estrutura ficou pendurada sobre o canteiro central da Ponte Cidade Jardim e parte sob a pista expressa da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco. Três faixas ficaram bloqueadas por mais de seis horas e só foram liberadas às 11h30.
Fonte: G1 SP
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