A cirurgia de separação das gêmeas siamesas Júlia e Fernanda Neves, de cinco meses, correu bem e sem nenhuma intercorrência. O procedimento ocorreu no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, e terminou por volta das 14h desta quarta-feira (13). As duas compartilhavam do mesmo fígado e uma membrana do coração. De acordo com a assessoria do hospital, o procedimento, que durou cerca de 5h30, ocorreu em tempo recorde. “Nós conseguimos operá-las em um tempo breve. É um trabalho de equipe, e nós estamos junto desde 2000. Todos já conhecem o passo a passo do que pode ocorrer. A equipe é fundamental em uma cirurgia desse porte”, afirmou o cirurgião pediátrico Zacharias Calil. Em nota, a assessoria do hospital informou que o estado de saúde das bebês é grave, porém estável. Elas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do HMI e respiram com a ajuda de aparelhos. Não há previsão de alta. Conforme Zacharias, as gêmeas devem continuar respirando com aparelhos por pelo menos cinco dias. Para Zacharias, a parte mais delicada do procedimento foi a separação do fígado, devido a sua espessura, o que demanda tempo e preocupação com o sangramento. "É um tempo que temos que tomar muita cautela. Mas o tempo cardíaco também é muito importante porque a membrana do coração é única e o procedimento exige uma exposição dos dois corações", avalia o pediatra. O pediatra afirma também que é difícil prever os riscos de morte nesse período pós-operatório. "Geralmente o risco é de 50%. Mas elas também podem ter um desenvolvimento normal, ser adultas normais e gerar filhos", explica. Caso não haja complicações, as irmãs Júlia e Fernanda podem ter alta em até 20 dias. O médico explica também que em caso de gêmeos siameses sempre existe uma dependência tanto física, quanto psicológica entre eles. "No caso delas, uma tinha o domínio físico e estava absorvendo praticamente todos os nutrientes. Agora elas vão ter um desenvolvimento individualizado", acredita. (Radar64)
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