sexta-feira, 20 de abril de 2018

Após perder uma perna, banhista mordido por tubarão no Grande Recife tem mão amputada



Depois da cirurgia na tarde desta sexta (20), Pablo Diego, de 34 anos, foi para a UTI do Hospital da Restauração, no Recife, com quadro clínico estável.






Homem foi atacado por tubarão na Praia de Piedade, no Grande Recife (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)



O banhista potiguar Pablo Diego Inácio de Melo, de 34 anos, que já tinha amputado a perna direita após ser mordido por um tubarão na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no domingo (15), teve a mão direita amputada na tarde desta sexta (20).


Segundo o Hospital da Restauração, na área central do Recife, o paciente foi encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) após a cirurgia, mas tem quadro clínico considerado estável.


A cirurgia para amputar o membro superior direito ocorreu após o paciente ter sido submetido a um exame de doppler, uma ultrassonagrafia utilizada para verificar se o enxerto feito no membro atingido iria funcionar. Como o procedimento não teve êxito, o potiguar precisou da amputação.


A cirurgia de amputação da perna direita ocorreu no mesmo dia do ataque do tubarão em uma cirurgia com duração de quatro horas, também realizada no Hospital da Restauração.




Entenda o caso




De acordo com o Corpo de Bombeiros, o chamado para socorrer Pablo Diego foi feito às 14h38 do domingo (15). O incidente aconteceu na altura da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.


Potiguar mordido por tubarão em praia no Grande Recife está internado no Hospital da Restauração, na área central do Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)


Na vítima, havia ferimentos nos dois braços e na perna direita. Depois dos primeiros socorros feitos por duas equipes de bombeiros, Pablo foi levado de helicóptero ao Hospital da Restauração.



Segundo o oficial de operações do Grupamento Marítimo (GBmar) que participou do atendimento, capitão Arthur Leone, o homem estava numa área sinalizada por placas, com água na altura da cintura, quando foi mordido.


Na manhã da segunda (16), os médicos haviam afirmado que o estado de Pablo era gravíssimo e que havia risco de morte. Mais cedo, um amigo de Pablo Diego havia dito que o potiguar conhecia os riscos de nadar no local onde ocorreu o incidente.


Após passar a respirar sem a ajuda de aparelhos, Pablo Diego conversou com a mãe no hospital. Ela disse que o filho contou que lutou com o tubarão ao ser atacado.




Casos recentes




Em janeiro de 2018, um surfista de 20 anos foi ferido por um tubarãono arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. O jovem, natural da Bahia, surfava na Praia da Conceição no final da tarde de 12 de janeiro quando caiu da prancha e foi mordido. Encaminhado a uma unidade de saúde, o jovem teve alta no mesmo dia por se tratar de um ferimento leve.


Em dezembro de 2015, um turista do Paraná foi atacado por um tubarão na Praia do Sueste, também em Fernando de Noronha. O homem estava mergulhando no momento do ataque e teve a mão e parte do braço amputados.


Segundo o International Shark Attack File (Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, em inglês) da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, esse foi o único caso de ataque de tubarão verificado no Brasil em 2015.


Grande Recife recebeu em 2016 novas placas de alerta sobre ataques de tubarão (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

Em 2013, uma jovem de 18 anos, de São Paulo, foi atacada por um tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Atacada em 22 de julho, ela faleceu no dia seguinte, após ter sido internada no Hospital da Restauração.

Contagem oficial de casos


Em Pernambuco, a contagem começou a ser feita pelo Cemit há 26 anos, quando os casos passaram a ser mais recorrentes no estado. Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de tubarões no litoral pernambucano. No mesmo período, o órgão registrou 63 incidentes, termo utilizado para enquadrar ocorrências envolvendo seres humanos e tubarões.
Segundo o Cemit, a ocorrência registrada no domingo (15) ainda não faz parte da contagem pois precisa ser estudada, como é de praxe. Segundo o presidente do órgão, Leodilson Bastos, é preciso saber se é possível considerar realmente um incidente com tubarão antes de inseri-lo nas estatísticas.
A conscientização atrelada à pesquisa vem sendo o caminho escolhido pelo Cemit para prevenir incidentes. A abertura de editais para o desenvolvimento de pesquisas que ajudem a criar métodos de proteção aos banhistas e ao ecossistema marinho é uma das principais medidas, segundo o órgão.







Fonte: G 1 PE

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