Em São Paulo, manifestação teve quatro feridos e dois detidos
O protesto em Copacabana, durante o jogo de abertura da Copa do Mundo, é contra a competição, mas tem momentos também de ataque aos brasileiros. Um dos momentos de tensão registrado durante o primeiro tempo da partida ocorreu no ponto mais tenso do jogo para os brasileiros: o gol contra de Marcelo, que pôs a Croácia à frente no placar. Os black blocs que se aglomeravam em frente à Fifa Fan Fest comemoraram o gol contra o Brasil, e imediatamente foram vaiados pelos torcedores. Um grupo de cerca de 10 mascarados resolveu atacar, então, dois torcedores, atirando contra eles cocos que estavam junto a uma lixeira.
Os dois torcedores em desvantagem precisaram fugir, e acabaram encontrando abrigo em um prédio da Avenida Atlântica. Os policiais, que estão em grande número em Copacabana, demoraram a chegar ao local.
Apesar de serem contra a Copa do Mundo, os black blocs e manifestantes acabaram entrando na lógica do futebol, como ficou claro nos momentos seguintes aos dois gols: os mascarados vibraram com o gol contra de Marcelo; e vaiaram a torcida brasileira quando Neymar igualou o placar. Queiram ou não, os manifestantes estão de olho no telão.
Um manifestante foi detido por desacato. O risco de tumultos em protestos e a grande concentração de torcedores levou a Polícia Militar a montar um grande esquema de policiamento no bairro. Três mil policiais militares de diversos batalhões estavam em Copacabana desde a parte da manhã. O policiamento conta com homens do Batalhão de Campanha Especial para a Copa do Mundo, Batalhão de Choque (BPChoque), 19º BPM (Copacabana), cavalaria e Batalhão de Cães. De acordo com o coronel Ezequiel Mendonça, comandante do batalhão especial da Copa, os policiais iriam evitar tumultos nos protestos e garantir a segurança dos torcedores na arena. Guardas municipais e homens também aturam no policiamento.
Pai vai tira filho ‘black bloc’ de protesto
Em São Paulo a manifestação contra a Copa do Mundo teve quatro feridos e dois detidos, segundo informações da Rádio CBN. A Polícia Militar precisou agir e disparou bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo em protesto.
Um pai foi buscar o filho, que participava de um protesto de black blocs no Tatuapé, zona leste de São Paulo. O jovem, identificado apenas como Renan, de 16 anos, foi surpreendido com a chegada do pai, em meio à manifestação. O rapaz, que argumentava que tinha o direito de protestar, foi arrastado pelo pai. As imagens foram registradas pelo cinegrafista da TV Globo Marcelo Campos.
O diálogo mostra os argumentos do pai, que tenta convencer o jovem a voltar para casa, e do filho, que dizia protestar por melhores condições de saúde e educação.
“Deixa eu protestar. Eu não quero isso. Esse governo é errado”, dizia o rapaz.
“Você vai ter o seu direito quando trabalhar e ganhar o seu dinheiro, tá? Eu sou seu pai, escuta o seu pai”, falou o pai logo na chegada. Ao ser impedido por um manifestante o pai dispara: ”Ele é meu filho”, e saiu retirando o adolescente do meio dos manifestantes.
O pai tirou a camiseta do rosto do filho, dizendo “ você não é criado para isso. Eu trabalho para te sustentar, não é para você esconder a cara”.
“Eu quero escola, eu quero saúde. Deixa eu protestar. Minha avó quase morreu num hospital público. Você acha certo isso? Pelo amor de Deus, deixa eu correr atrás. Tanta gente morrendo. Deixa eu fazer a minha parte, ajudar um pouco. Eu sei que eu tenho 16 anos. Eu não vou me machucar”, relaxa.
“Eu pago a sua escola. Eu e sua mãe trabalhamos para te sustentar. Vamos para casa, por favor, Renan. Você não vai mudar o mundo. Meu filho, você tem 16 anos, não é a hora agora. Eu te amo, cara. Você é meu filho. Eu estou pedindo demais? Renan, um passo de cada vez”, implorava o pai, na presença de câmeras da imprensa.
No fim, ele foi convencido a ir para casa.
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Fonte: Veja e O Globo
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