Após requerer o cumprimento do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que atribui à Secretaria Municipal de Saúde de Salvador o pagamento dos serviços da rede SUS prestados por clínicas particulares, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012, a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb) e o Sindicato dos Hospitais e estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba), realizaram no último dia 8, uma Assembleia Geral Extraordinária,que autorizou a suspensão do atendimento aos usuários do SUS Salvador, até que as faturas dos meses de agosto a dezembro/12 sejam quitadas pela Prefeitura Municipal de Salvador.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, Record Bahia, o Dr. Raimundo Correia, presidente do Sindicato dos Hospitais da Bahia (SINDHOSBA), afirmou que, devido à falta de pagamento por parta da Secretaria Municipal de Saúde, que há cerca de 70 dias não repasse nenhuma verba aos prestadores, 250 clínicas e unidades de saúde do sistema complementar da rede privada irão paralisar mais de 20 mil atendimentos realizados por dia, dentre eles a realização de exames, acompanhamento de fraturas e lesões ortopédicas, consultas e cirurgias oftalmológicas, dentre outras.
O famigerado SUS e a fila da saúde
Na manhã do úlitmo dia 5, cerca de mil pessoas que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) se concentraram na porta do anexo do Hospital Santa Isabel, no bairro do Barbalho, afim de conseguir uma das 400 senhas para marcar consultas e exames.
No local, idosos e crianças aguardavam por mais de quatro horas, sendo que por volta das 9h, as 400 senhas já haviam sido distribuídas. A equipe de reportagem do Bocão News já tenta contato com a direção do Hospital, mas aina não obteve retorno.
Em julho deste ano, o Ministério da Saúde divulgou os resultados de uma pesquisa desenvolvida com o objetivo de avaliar o grau de satisfação dos usuários do Sistema Único de Saúde em relação a diferentes aspectos da assistência à saúde no Brasil, tais como, acesso e qualidade, percebidos tanto na atenção básica quanto na urgência e emergência, mediante inquérito amostral.
A pesquisa considera como “satisfação” o grau de contentamento – ou de alcance de expectativa – de uma pessoa frente a determinada situação, serviço ou mesmo outros indivíduos. Isso significa que “satisfação” não é propriamente um conceito fixo ou imutável, pois pode ser diferente para cada indivíduo.
No campo da saúde diversos aspectos costumam ser avaliados quanto ao grau de satisfação, tais como: acesso, tempo de espera, acolhimento.
A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Ouvidoria Geral do SUS, da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, por meio de contato telefônico, em dois períodos distintos: de 30 de junho a 29 de julho de 2011 e de 08 de novembro de 2011 a 09 de janeiro de 2012. Seu público-alvo constituiu-se de cidadãos com 16 anos ou mais e dependentes abaixo desta idade que tivessem utilizado o SUS nos últimos 12 meses, para procedimentos diversos.
Em linhas bastante gerais, a pesquisa demonstrou que as mulheres são as que mais procuraram o SUS, com 66,5%, enquanto entre os que não utilizam o SUS elas representaram 54,8%. O atendimento pela Saúde da Família é maior para os que detêm menores níveis de escolaridade.
Assim, os que são apenas alfabetizados somaram 60,1% dos atendimentos, enquanto pessoas com ensino superior representaram apenas 39,6%. Informação interessante é a de que aqueles que utilizaram o SUS têm perfis são bastante semelhantes àqueles que não o utilizaram nos últimos doze meses, fixando-se as características de idade e cor/raça. Dentre os que não utilizaram o SUS, o nível superior representou quase o dobro daqueles com a mesma escolaridade dentre os que não o utilizaram.
Em 20 de setembro deste ano, um caso chamou a atenção para o atendimento realizado na saúde pública. Deivisson Luís Barbosa, 23, foi Vítima de leptospirose. O jovem veio a óbito no Hospital Couto Maia. Ele passou por exames no Hospital do Subúrbio e foi liberado sem o diagnóstico.
Após a morte, familiares e outros manifestantes ocuparam a entrada do Hospital do Subúrbio e incentivados por um carro de som e brados de protesto invadiram as dependências do equipamento público. Para o secretário de Saúde do Estado, Jorge Solla, a ação foi coordenada por agentes políticos da região interessados em desgastar o governo.
Fotos: Gilberto Junior// Bocão New
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