sábado, 30 de novembro de 2013

Supremo já busca vaga para Roberto Jefferson em presídios do Rio




O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, determinou nesta quinta-feira (28) que a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio consiga uma vaga em presídio para o delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). A medida indica que Barbosa está se preparando para decretar a prisão de Jefferson e, provavelmente, também a de outros mensaleiros.

Jefferson foi condenado a sete anos e 14 dias em regime semiaberto pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Terá que pagar uma multa de R$ 720 mil. Há 15 dias, desde que os primeiros 12 condenados pelo mensalão tiveram suas prisões decretadas por Barbosa, Jefferson aguarda em Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio, o momento de sua prisão. Ele já não tem direito a outros recursos no julgamento.

A secretaria reservou duas unidades para Jefferson: a Penitenciária Plácido de Sá Carvalho, no Complexo de Gericinó, em Bangu; e a Colônia Agrícola de Magé, em Magé, na Baixada Fluminense. A capacidade da primeira é de 1.500 presos, enquanto a outra abriga apenas cem detentos.

O ex-deputado reivindica o direito à prisão domiciliar. No ano passado, Jefferson foi operado para a retirada de um tumor no pâncreas. No regime semiaberto, ele só sairá da penitenciária quando ganhar o benefício extramuros, ou seja, assim que a Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio deferir um eventual pedido de trabalho do preso. No Rio, a VEP leva, em média, 40 dias para tomar uma decisão a respeito.

Também existe a possibilidade de o próprio Joaquim Barbosa analisar um pedido de trabalho de Jefferson. Neste caso, se tiver com um trabalho definido, o delator do mensalão terá de ir para o Instituto Penal Cândido Mendes, no Centro do Rio, onde há 230 internos. Todos saem durante o dia para trabalhar e dormem na unidade à noite.

Demora na escolha

A demora na escolha da prisão onde ficará Jefferson se justifica porque o juízo da VEP teme pela integridade física do ex-deputado. Esta semana, Jefferson reafirmou sua intenção de negociar com a Polícia Federal um local para se apresentar assim que a ordem de prisão fosse expedida.

Jefferson deixou claro seu estado de espírito ao falar do deputado José Genoino. Disse que, se ainda fosse presidente do PTB, recomendaria ao partido a votação em favor da aposentadoria do ex-presidente do PT. Para ele, a prisão deixa “um homem de joelhos”.

À espera da prisão, o delator do mensalão aproveita o tempo que lhe resta de liberdade alimentando os pássaros que tem em casa, brincando com os cachorros e recebendo visitas. Numa das entrevistas em Levy Gasparian, ele voltou a dizer que não se arrepende: “Fiz e faria tudo de novo. Não tenho arrependimentos”.

Além de Jefferson, podem ser presos mais seis condenados no mensalão: os deputados Valdemar Costa Neto e Pedro Henry, os ex-deputados Pedro Corrêa e Bispo Rodrigues, o ex-dirigente do Banco Rural Vinícius Samarane e o advogado Rogério Tolentino. Dos seis, Samarane foi o único a pegar mais de oito anos de prisão, o que leva ao regime fechado. Ele foi condenado a oito anos, nove meses e dez dias, além de multa de R$ 598 mil, por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

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Fonte: O Globo

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