sábado, 10 de janeiro de 2015

Mulher procurada na França viajou à Turquia antes de ataques terroristas


Hayat Boumeddiene é namorada de sequestrador de mercado de Paris.
Ela estaria na Síria, diz jornal; casal é suspeito de matar uma policial.








A Prefeitura de Paris divulga fotos de Hayat Boumeddiene (esq.) e Amedy Coulibaly, dupla suspeita de envolvimento no sequestro no mercado de Paris (Foto: Reuters/Prefeitura de Paris)

Hayat Boumeddiene, a namorada do homem responsável pelo sequestro em um mercado judaico nesta sexta-feira (9) em Paris, viajou para a Turquia antes dos atentados na França, segundo reporta a imprensa francesa. De acordo com o jornal "Le Monde", ela teria voado de Madrid a Istambul no dia 2 de janeiro e, no dia 8, teria cruzado a fronteira para a Síria. O casal é suspeito da morte de uma policial na última quinta (8).

Uma fonte policial afirmou à agência France Presse que os investigadores buscam verificar se, após viajar para a Turquia, Hayat realmente passou pela Síria, país em que combate o grupo Estado Islâmico (EI).
Amedy Coulibaly e Hayat Boumeddiene em foto de
2010 divulgada pelo jornal francês 'Le Monde'
(Foto: Reprodução/Le Monde)

Amedy Coulibaly, seu companheiro e o autor do sequestro em um mercado judaico de Paris, falou à televisão francesa "BFM-TV", de dentro do mercado, que pertencia ao EI. Coulibaly foi morto em ação policial.

No momento do sequestro ao mercado, a polícia francesa divulgou a foto casal e afirmou que os dois eram suspeitos de terem matado a tiros a policial Clarissa Jean-Phillipe, na véspera em Montrouge (sul de Paris). Também afirmou que a jovem de 26 anos podia "estar armada" e ser "perigosa".

A imprensa francesa diz que Hayat se relacionava com Coulibaly desde 2010 e o encontrou depois que ele deixou a prisão no ano passado.

Ela foi interrogada pela polícia antiterrorista em 2010 e teria dito aos policiais que, durante uma visita ao radical islâmico Djamel Beghal em Murat, na zona rural de Cantal, no centro da França, tinham praticado tiros com uma arma chamada de "besta", um rifle com um arco na ponta que dispara dardos.

Hayat Boumeddiene, companheira de Amedy Coulibaly, em treinamento com grupo islâmico em Cantal, na França (Foto: Reprodução/Le Monde)

Fotos do casal divulgadas pelo "Le Monde" mostram a moça de niqab – traje usado por mulheres muçulmanas - empunhando a arma durante o que seria o treinamento em Cantal.


Relação com atentado ao 'Charlie Hebdo'
Na mesma entrevista em que revelou pertencer ao Estado Islâmico, o sequestrador Coulibaly disse que seu ataque foi coordenado com o dos irmãos Kouachi, franceses de origem argelina suspeitos de promover o atentado contra a sede do jornal "Charlie Hebdo" na última quarta-feira, que deixou 12 mortos e 11 feridos.

Naquele momento, Said e Chérif Kouachi estavam entricheirados em uma pequena gráfica na cidade de Dammartin-en-Goële, 40 km a norte de Paris. Chérif Kouachi falou com o mesmo canal de TV e revelou ter sido financiado pelo pregador da Al Qaeda no Iêmen, grupo que assumiu a responsabilidade pela operação.

Ações simultâneas da polícia mataram os três terrorisas, e os reféns de Coulibaly foram libertados. No entanto, quatro deles haviam sido mortos pelo sequestrador.
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Neste sábado, a polícia voltou ao mercado que foi cenário da tragédia para tentar recolher mais pistas que possam sugerir o paradeiro da jihadista.

A procuradoria francesa divulgou que Hayat teria se comunicado com a mulher de Chérif Kouachi, Izzana Hamyd, que está detida desde quarta-feira. Segundo a procuradoria, Izzana fez mais de 500 ligações telefônicas para Hayat em 2014.

Ao final de três dias de tensão e angústia, aFrança, cujo governo reconheceu falhas na segurança, se prepara agora para realizar uma gigantesca manifestação em memória das vítimas dos terroristas e que reunirá vários dirigentes estrangeiros neste domingo.

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