Uma indiana teve que esperar 19 anos na cadeia até que seu filho crescesse, arranjasse seu primeiro emprego e economizasse para pagar a fiança de R$ 370.
Vijay Kumari foi condenada por assassinato em 1994, mas conseguiu um recurso pouco depois autorizando sua libertação sob fiança. Sem dinheiro para e abandonada pelo marido, ela ficou perdida no sistema carcerário indiano.
Seu filho Kanhaiya Kumari, foi separado da mãe e foi viver em orfanatos. Aos 18 anos ele conseguiu o primeiro emprego, e desde então vinha economizando o salário para contratar um advogado e pagar a fiança.
A indiana não é a única pessoa nesta situação na Índia. Estima-se que há cerca de 300 mil detentos nas prisões indianas. Setenta por cento deles ainda aguardam julgamento, e muitos já estão presos há bastante tempo.
A história de Kanhaiya e Vijay é um exemplo do funcionamento da Justiça indiana, vista como burocrática, complexa e lenta. A mãe conta que sofreu ao entregar o menino para as autoridades, mas que não achava que a prisão fosse um bom lugar para uma criança. Tudo que ela tinha era uma foto e as visitas do garoto a cada três meses.
“Eu só queria ver meu filho bem encaminhado na vida. Eu não tenho mais ninguém no mundo, e nós somos muito pobres”, diz.
Em casa após quase vinte anos separados, mãe e filho tentarão agora reconstruir a família, da qual sobraram apenas os dois.
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Fonte: BBC Brasil
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