sexta-feira, 23 de março de 2018

Marieta Severo se diverte com o sucesso de Sophia na web: 'Ser motivo de meme é a glória'

Marieta Severo diz que Sophia não tem conserto Foto: Marilia Cabral/Divulgação TV Globo
Flávia Muniz
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Ela foi a primeira serial killer das telenovelas brasileiras. Há mais de 50 anos, em “O Sheik de Agadir”, sua personagem Éden de Bassora, princesa árabe de codinome Rato, estrangulou parte do elenco. Dessa vez, na pele de Sophia, popularmente conhecida como “mãos de tesoura” (uma alusão ao filme “Edward mãos de tesoura”, de 1991), Marieta Severo volta a ocupar o posto de mulher mais perigosa dos folhetins. A tesouradas, a socialite fria e calculista vem eliminando quem atravessa seu caminho em “O outro lado do paraíso”. Uma surpresa até para a intérprete, que não sabia o quão maléfica Sophia se tornaria ao longo da trama.

— Quem diria... Eu, tão frágil, mignon, matando cada homão. São tesouras poderosas. Eu sabia que ela era uma vilã, mas jamais me imaginei uma “tesouricida” (risos). Fui sendo surpreendida. O que eu sabia era que Sophia tinha uma família disfuncional. Uma filha transgressora, um filho que batia em mulher. E eu trabalhei nesse sentido, de criar uma mãe tóxica — assegura Marieta.


Mesmo sem frequentar as redes sociais, ela está por dentro da repercussão na web da assassina em série. A atriz encara a enxurrada de memes como um retorno positivo do público.


— Eu acho ótimo, morro de rir. Minha filhas me mandam. Me divirto. Ser motivo de meme, hoje, é a glória, né? É muito bom quando você tem um trabalho com uma repercussão grande. A gente trabalha para causar emoções das mais variadas, mesmo que seja raiva. No início, ouvi bastante: “Nossa, dona Nenê (de “A grande família”), como você está má!”. Agora é: “Estou com ódio de você!”.

As escolhas de Sophia não apontam para uma salvação, acredita a atriz. Não há conserto para uma índole como a da milionária.

— Eu acredito no ser humano e em todas as possibilidades de regeneração. Acho que Gael (Sergio Guizé) vai ser um bom exemplo disso. Mas Sophia é autocentrada, incapaz de ver o outro. Ela age de acordo com seus interesses, que são dinheiro e poder. É um grande exemplo de uma camada da nossa sociedade que é tão voltada para esses valores. Como ela pode ter um bom final? Não tem empatia, afeto. Vamos dar um exemplo através dela e ver a Sophia se ferrar total? Mas esses aí na sociedade estão saindo vitoriosos, então, talvez, ela saindo vitoriosa seria o mais real — aponta.

‘O jeito dela de amar é o mais torto possível’

Com Mariano (Juliano Cazarré), a relação é obsessiva aos olhos de Marieta. Para a atriz, Sophia “só ama a si mesma, acima de qualquer coisa”.

— Cada um tem um jeito de amar, e o dela, na minha visão, é o mais torto possível. É o da posse absoluta. Mariano é dela, é tudo dela. Sophia rompeu com a filha, contou o segredo de que não era a mãe dela (e foi muito cruel o que fez) em nome dessa posse. O dinheiro e a posição social garantem isso a ela — avalia.

Matar a tesouradas é sofrido. Não menos do que as duras palavras proferidas contra Estela (Juliana Caldas):

— As cenas de morte são pesadas, sim, mas estou até me acostumando (risos). A primeira foi horrível, fiquei completamente mobilizada, foi um dia inesquecível, lembro de cada segundo. Agora, eu só pergunto qual a câmera? Estou brincando. Tenho que dar o máximo de veracidade possível àquilo. Mas me custam mais as cenas com Estela. Juliana já sabe e diz que Estela está calejada, nem dá bola, mas eu não aguento mais falar essas coisas. Porque quando a gente ensaia tem um pouco de mim ainda ali, é doloroso. Só que logo entro na Sophia e ela me dá um escudo. Aí vira ficção. Saio cansada física e emocionalmente por causa da carga pesada da personagem, mas não levo isso para casa.



Fonrte: Extra

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