Do Estadão

Desde que o fungo vassoura-de-bruxa arrasou as plantações de cacau da região de Ilhéus, em 1989, os coronéis e as cidades da Costa do Cacau começaram a falir. E o que antes era riqueza virou sinônimo de decadência, afugentando os turistas, que apenas desembarcavam no Aeroporto Jorge Amado de passagem para outras praias.

Foram quase 20 anos de recessão, mas, felizmente, essa realidade vem mudando. Hoje, Ilhéus sonha ser também a terra do chocolate fino – ideia apoiada por eventos como o Festival Internacional do Chocolate da Bahia, que ocorreu lá de 28 de junho a 2 de julho. Com as novas tecnologias genéticas, a produção está crescendo. E o “fruto de ouro” volta também como protagonista de uma nova rota turística.

Lançados há quase um ano, os Caminhos do Cacau e Chocolate levam o visitante a conhecer a produção do fruto, que, curiosamente, é feita da mesma maneira há mais de um século. Estão previstas visitas a fábricas de chocolate e paradas para experimentar (e comprar) os subprodutos do fruto, do qual tudo se aproveita – o mel da fermentação para licor ou geleia, a polpa que vira suco e a casca, nas originais caipirinhas de cacau, ou “caipicacau”.