segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Celso de Mello confirma entendimento de que houve compra de apoio no mensalão



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DE BRASÍLIA
Com um voto recheado de críticas a réus acusados de corrupção passiva no mensalão, o ministro Celso de Mello confirmou nesta segunda-feira (1º) o entendimento da maioria dos ministros de que houve compra de apoio político no Congresso nos primeiros anos do governo Lula (2003-2010).
Num dos votos mais duros do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello ainda formou maioria pela condenação dos dez réus acusados de corrupção passiva nesta parte da denúncia. Eles são ligados a partidos aliados ao PT -- PP, PL (atual PR), PTB, PMDB.
Além de Celso de Mello, os ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello foram incisivos sobre o entendimento de que houve a compra de apoio no governo Lula. José Antonio Dias Toffoli reconheceu a compra de apoio ao analisar a acusação contra os réus ligados ao ex-PL, atual PR.
O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, ainda não votou, mas em duas oportunidades expressou concordar com a tese.
As ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia condenaram os líderes políticos acusados de corrupção passiva, mas preferiram não entrar no mérito da discussão sobre a compra de apoio parlamentar.
O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo, caracterizou o esquema como um sistema de pagamento de dívidas eleitorais por meio de caixa dois, dando razão aos réus do mensalão.
CONDENAÇÕES
No voto de Celso de Mello, formou maioria pela condenação do deputado Pedro Henry (PP-MT) e do ex-tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri por corrupção passiva.
Na semana passada, a maioria do STF tinha formado maioria pela condenação pelo crime de corrupção do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), dos ex-deputados Roberto Jefferson (PTB), Pedro Corrêa (PP), Romeu Queiroz (PTB), Carlos Rodrigues (PP, Bispo Rodrigues), José Borba (ex-PMDB), além de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (atual PR) e João Claudio Genú, ex-assessor do PP.
Em relação à compra de apoio no Congresso no governo Lula, Mello disse afirmou que as acusações imputadas aos réus no processo do mensalão representam "verdadeiro assalto à administração pública".
O ministro apontou que a quadrilha foi formada por verdadeiros "assaltantes de cofres públicos".
"O Ministério Público expôs na denúncia que ofereceu eventos delituosos impregnados de extrema gravidade e imputou aos réus ações moralmente inescrupulosas e penalmente ilícitas que, combinados a partir de um projeto criminoso por eles concebido e executado, representam um verdadeiro assalto à administração pública", disse.
"Esse processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho do Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder. Como se o exercício das instituições da República pudesse ser degradado a mera obtenção de interesses governamentais e desígnios pessoais", completou. 
Fonte: Folha de São Paulo

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