segunda-feira, 18 de maio de 2015

Wagner diz que governo convive com protestos, mas impeachment é ‘forçação de barra’









Não adianta querer colar nessa senhora as questões que dizem respeito à ética na política.

O ministro da Defesa Jaques Wagner, em entrevista à Época, qualificou como “forçação de barra” o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) vindos dos protestos de rua. “Não adianta querer colar nessa senhora as questões que dizem respeito à ética na política. Sinceramente, é forçação de barra”, declarou Wagner. De acordo com o ex-governador da Bahia, o governo convive bem com as manifestações, mas “fica surpreso com os protestos”, por achar que está fazendo tudo certo. “Acontece que a rua também vai evoluindo. O governo incluiu 40 milhões, mas não pode viver dessa conversa a vida inteira”, disse. Sobre o reflexo das investigações da Operação Lava Jato no PT, após a prisão do tesoureiro João Vaccari Neto, Wagner sugeriu não ser possível “encontrar um partido que seja detentor de toda a pureza imaginada”.
Para o ministro, uma responsabilidade do PT “foi não ter feito, assim que chegou ao poder em 2003, a reforma política e mudado a máquina de fazer política do país”. Wagner não deixa claro se acredita que a reforma política reduz a corrupção, mas destaca que a democracia depende da transparência de instituições e que hoje não vê nenhum partido que possa se dizer dono da ética. “Nós sempre fomos pregadores disso. O choque maior, em relação ao PT, é que o pecado do pregador é muito mais dolorido que o pecado do pecador”, completou. Na entrevista, o ministro da Defesa também criticou a dicotomia sobre o projeto da terceirização, porque “toda vez que você bota um dogma e dicotomiza, ‘terceirização sim ou não’, acabou a conversa”.
E ainda falou sobre o corte no orçamento que terá de ser feito para ajustar as contas do governo. “A presidente não bateu o martelo. Tudo aponta para um corte de 50%”, adiantou Wagner, que destacou a manutenção de projetos estratégicos. São eles a compra dos caças suecos Gripen e o submarino nuclear, tocado por um braço da Odebrecht, empreiteira envolvida na Operação Lava Jato. Wagner disse não sentir impacto da operação no projeto, por estar preocupado em preservar a economia. “Se você descobriu uma laranja podre no saco, duas, três, quatro, dez, tira, joga fora para não contaminar. Mas não pode pegar o saco inteiro, com 95%, 97% de laranjas boas e jogar fora”, exemplificou. 
 
Fonte: O tempo jornalismo

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