Maior contratação da Record nos seis últimos anos, Xuxa Meneghel já está tirando o sono de executivos da emissora. Ela vem dando muito trabalho na implantação de seu programa, o que gera preocupação quanto ao futuro da atração. A estreia, que seria dia 10 de agosto e foi remarcada para 17, deve ser adiada novamente. A produção está atrasada. A última palavra no programa é sempre de Xuxa, e tudo ela tem que aprovar previamente, de detalhes no cenário às chamadas, passando por contratações e entrevistas, gerando conflitos e irritando profissionais de várias áreas da emissora. Diretores da Record sentem que a emissora não tem o controle sobre o programa, e isso pode ser catastrófico. Xuxa ganhou essa prerrogativa no dia em que assinou contrato, em 5 de março. Assim que chegou à sede da emissora, na Barra Funda (zona oeste de São Paulo), Xuxa disse ao vice-presidente artístico, Marcelo Silva, que estava em dúvida se deveria assinar, conforme ela mesma revelou ao programa de Rodrigo Faro. Xuxa, então, perguntou se poderia fazer o que bem entendesse com seu show. Silva respondeu que ela teria toda a liberdade para implantar e tocar o Xuxa Meneghel. Agora, toda vez que um executivo da emissora tenta enquadrá-la, Xuxa o lembra dessa conversa com Marcelo Silva, principal responsável por sua contratação. A falta de controle sobre um programa é perigoso, avaliam fontes ouvidas na Record. Isso porque um artista tende a tomar decisões na emoção, enquanto um executivo, em tese, tende a agir de forma mais racional. Segundo fontes na emissora, já ocorreram vários conflitos por causa dos superpoderes de Xuxa. O departamento de chamadas, por exemplo, não gostou nem um pouco de ter que executar chamadas roteirizadas pela própria Xuxa, como as que ela aparece operando teleprompter para Marcelo Rezende e abraçando uma pessoa vestida de aparelho de TV. A cenografia também está tendo choques com a apresentadora. O cenário está atrasado. O maior temor é que o de que Xuxa desabe no Ibope logo após a estreia. Sem poder dar pitaco no conteúdo de seu programa, a área artística sabe que pode haver uma intervenção. E, como ocorreu com Gugu Liberato, uma intervenção hoje na Record significa perder um programa de entretenimento para o jornalismo. Procurada, a Record não se manifestou até a conclusão deste texto. (Daniel Castro)
Fonte: Opnião sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário