Navio que trouxe carga de cacau embargada no porto de Ilhéus.
Mais uma carga de cacau em amêndoas foi retida ontem, 31, no Porto de Ilhéus, pela fiscalização do Ministério da Agricultura (Mapa). Dessa vez, são cerca de seis mil toneladas adquiridas pela Cargill que apresentam larvas e pupas de inseto encontrado nas lavouras de São Pedro, Costa do Marfim, no continente africano. A carga veio ao Brasil no navio Sabina e está no depósito do importador, onde aguarda liberação.
Há 15 dias, a importação de 4 mil toneladas de cacau marfinense com insetos pela Nestlé, de Itabuna, no navio Impala, acendeu a luz vermelha entre as representações dos produtores de cacau que temem a disseminação de mais uma praga na lavoura. Os sindicatos rurais de Itamari e Ilhéus ingressaram com ações na Justiça Federal, em Ilhéus, para cessar os efeitos da Instrução Normativa nº 47/2011 do Mapa, que abrandou as exigências de importação.
Os cacauicultores alegam que a região cacaueira sul baiana está em processo de recuperação dos graves efeitos da vassoura-de-bruxa, cujo fungo foi criminosamente introduzido na lavoura baiana, no final da década de 80, de acordo com investigações inconclusivas da Polícia Federal. Há o temor de que continue a importação de mais cacau africano sem prévia fiscalização no porto de origem, como acontecia antes da IN nº 47/2011.
Após a primeira ocorrência, o Ministério determinou à Ceplac a emissão de laudos de qualidade e entomológicos, que concluíram não ser a praga de importância quarentenária para o Brasil. Além disso, foi recomendado que a carga da Nestlé passasse pela aplicação de fosfoxina para eliminar os riscos de contaminação.