Do Valor Econômico
A obtenção de um fungicida eficiente que combata a doença da vassoura-de-bruxa na cultura do cacau está mais perto de se tornar realidade. Pesquisadores da Unicamp, em parceria com a empresa de defensivos Ihara, avaliam moléculas químicas capazes de driblar o fungo. Assim que se verificar a viabilidade do produto e que todos os testes sejam feitos, ele deverá ser produzido comercialmente.
A vassoura-de-bruxa é uma das principais causas da baixa performance dos cacaueiros na Bahia, maior produtor nacional da amêndoa. (ver Contexto). Por isso, já foram investidos cerca de US$ 10 milhões em pesquisas sobre o fungo Moniliophthora perniciosa que provoca a doença.
Desde março deste ano, foram testados vários fungicidas. Um deles – estrobirulina – não teve efeito na chamada fase “biotrófica”, quando o fungo infecta as plantas. Mas depois da descoberta da eficácia de uma molécula denominada “Sham” capaz de inibir a atuação do fungo nas suas duas fases, a Unicamp testa agora moléculas com características estáveis enviadas pela Ihara para serem aplicadas no lugar do Sham. Esta molécula inibiu em 100% a atuação do fungo, além de outros fungos tropicais, mas por ser uma droga usada em laboratório não é estável para ir a campo.
A patente dessa experiência já foi requerida. As pesquisas sobre o fungo começaram em 2000, quando foi formada uma rede de pesquisadores coordenada pelo professor do Laboratório de Genômica e Expressão da Unicamp, Gonçalo Guimarães Pereira. Em 2005 foi descoberto o mecanismo fundamental da doença e, em 2007, feito o primeiro de uma série de sequenciamentos do DNA do fungo.
Fonte: Pimenta na Moqueca
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