A Polícia Civil do Paraná investiga a suposta participação de profissionais da saúde na morte de pacientes do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba.
Virgínia Helena Soares Souza, a médica responsável pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da entidade, que está presa desde terça-feria (19), foi indiciada sob suspeita de homicídio qualificado, segundo apurou a Folha. Ela nega qualquer crime.
Nas investigações, iniciadas há um ano, foram gravadas falas da médica no hospital. “Quero desentulhar a UTI, que está me dando coceira”, disse Virgínia, segundo áudio divulgado pelo Jornal Nacional.
Em outro trecho, ela diz: “Infelizmente é nossa missão intermediá-los (os pacientes) do trampolim do além”.
Há indícios, diz a polícia, de que pacientes do Serviço Único de Saúde (SUS) tenham sido mortos como forma de “liberar” vagas na UTI para pacientes que pagariam pelo serviço. A polícia suspeita que aparelhos foram desligados e medicações foram suspensas.
O hospital filantrópico atende pacientes do SUS e privados e é referência na região.
O delegado-geral, Marcus Vinícius Michelotto, disse que serão investigadas todas as mortes ocorridas no hospital nos últimos sete anos. É o período em que a UTI foi chefiada por Virgínia Helena Soares Souza.
Todos os funcionários da UTI serão investigados. “Existem indícios de autoria e materialidade (contra a médica), e obviamente ela não fazia isso sozinha”, disse Michelotto.
Se outros funcionários forem identificados, a ação conjunta poderá caracterizar formação de quadrilha, disse.
Inicialmente, havia sido aventada a possibilidade de prática de eutanásia (indução à morte) com o consentimento das famílias. “O que investigamos é antecipação de óbito. Há indício de materialidade e autoria na prática de crime de homicídio qualificado. Não é eutanásia”, disse.
A pena para o crime de homicídio qualificado (mediante recompensa, por motivo fútil ou por meio cruel, entre outros) varia de 12 a 30 anos.
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Fonte: Folha
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