A média nacional é de dois médicos para cada mil habitantes, em Alagoas é de 1,24
Arquivo/Marcela Oliveira
Pacientes esperam atendimento na Maternidade Santa Mônica, onde há constantes crises por falta de leitos e profissionais
Em Alagoas, segundo o Sindicato dos Médicos, apenas 10% dos profissionais que se formam no Estado permanecem aqui. Para o Sinmed, a migração ocorre devido a baixa remuneração e a falta de concurso público para atrair os médicos.
O número de médicos em atividade no Brasil chegou a 388.015 em outubro de 2012, segundo registros do Conselho Federal de Medicina (CFM). Com este número, se estabelece em nível nacional uma razão de 2 profissionais por grupo de 1.000 habitantes, confirmando-se assim uma tendência de crescimento exponencial da categoria que já perdura 40 anos.
O país nunca teve tantos médicos em atividade, devido a uma combinação de fatores: mantém-se forte a taxa de crescimento do número de profissionais mais rápido que o da população, houve abertura de muitos cursos de medicina, com aumento de novos registros (mais de 4% ao ano), mais entradas que saídas de profissionais do mercado de trabalho, perfil jovem da categoria (baixa média de idade), além de maior longevidade profissional (alta média de anos trabalhados).
Da mesma forma, houve aumento da razão de médicos por habitante. Em 1980, havia 1,15 médico para cada grupo de 1.000 habitantes no país. Essa razão sobe para 1,48, em 1990; para 1,72, no ano de 2000; atinge 1,91; em 2010; e chega a 1,95 médico por 1.000 habitantes no ano seguinte. O mais recente levantamento mostra que essa razão, em 2012, já é de 2/1.000. Desde 1980 (ao longo de 32 anos), houve um aumento de 74% na razão médico habitante.
É possível observar ainda que desde 1940, o segmento dos médicos tem mantido uma linha de crescimento continua e bem superior ao do restante da população. Isso fica evidente na análise dos números absolutos. Em três décadas - entre 1940 e 1970 -, enquanto a população cresceu 129,18%, o número de médicos passou de 20.745 para 58.994, aumento de 184,38%.
Nos trinta anos que se seguiram (de 1970 a 2000), o total de médicos chegou a 291.926, um salto de 394,84%, contra um crescimento populacional de 79,44%. Nos últimos dez anos, até 2010, o efetivo de médicos chegou a 364.757, subindo 24,95% em uma década, contra um aumento populacional de 12,48%.
Um olhar mais aguçado permite ver como estes dados se comportam ano a ano. Por exemplo, em 1982, o crescimento anual do total de médicos foi de 5,9%, enquanto o da população geral ficou em 2,2%, ou seja, quase três vezes superior ao de habitantes. Em 2010, a taxa de crescimento dos médicos alcançou 1,6%, enquanto o da população em geral foi de 0,9% (diferença de 77,8% a mais para o grupo de profissionais).
Mais sete mil médicos a cada ano – Outro fator que contribui para o crescimento do número de médicos, segundo o estudo, é a diferença entre os novos registros de médicos e aqueles que saem, por aposentadoria, óbito e outros motivos, resultando em um crescimento natural dessa população no país. A diferença entre saída e a entrada forma um contingente de profissionais entre 6 e 8 mil novos médicos a cada ano.
O comportamento registrado no Brasil difere do de outras regiões do planeta. Na Europa, o número de médicos que se retiram do exercício profissional é maior por conta da faixa etária mais elevada dos médicos e da tendência de se optar por uma aposentadoria precoce. No Brasil, o grupo de médicos de até 39 anos representa 40,59% do total de profissionais na ativa, indicando uma concentração nas faixas mais jovens – o que sugere um tempo maior de permanência no exercício da profissão.
Fonte: Primeira Edição
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