Livro de Romeu Tuma Jr. liga PT à morte de Celso Daniel; oposição quer ouvi-lo na Câmara
Tuma deixou o governo por suspeita de relação com máfia chinesaAgência Brasil
A liderança dos Democratas na Câmara vai protocolar nesta segunda-feira (9) um requerimento para que o ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Jr. esclareça denúncias sobre o PT e o governo Lula no livro Assassinato de Reputações, que deve ser lançado nos próximos dias. O pedido será apresentado à Comissão de Controle e Fiscalização.
Tuma antecipou parte do conteúdo do livro em entrevista à edição da revista Veja desta semana. Nela, o ex-secretário Nacional de Justiça diz que, enquanto estava no Ministério da Justiça, descobriu uma conta nas ilhas Cayman utilizada para movimentar recursos do esquema do mensalão. Ainda segundo Tuma, o governo Lula usou a máquina pública para montar dossiês contra adversários.
No livro, Tuma Jr. ainda diz que o ex-presidente Lula foi informante do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) durante a ditadura militar. Segundo o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), as declarações são “estarrecedoras”.
O ex-secretário de Justiça também faz graves acusações acerca do caso Celso Daniel, o ex-prefeito do PT que teria sido assassinado depois de se insurgir contra um esquema de corrupção em Santo André. Segundo ele, o atual ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, teria lhe confessado um plano de sequestrar o ex-prefeito; plano esse que deu errado e acabou levando à morte de Celso Daniel.
Por meio de sua conta no Twitter, Caiado disse que vai pedir acesso aos documentos citados por Tuma no livro.
— Queremos que os documentos que embasaram o livro Assassinato de Reputações sejam detalhados ao Brasil. Segunda-feira, entrarei com um requerimento de convite a Claudio Tognolli [jornalista que também assina o livro] e Romeu Tuma Jr para irem ao Congresso, na Comissão de Fiscalização.
Se o pedido for aceito, Tuma Jr. será ouvido na condição de convidado, mas como não ocupa mais cargo público, pode se recusar a prestar esclarecimentos. Segundo a liderança do DEM na Câmara, como Tuma já demonstrou interesse em falar, a audiência pública pode ocorrer ainda nesta semana.
O ex-secretário Nacional de Justiça deixou o governo em 2010, acusado de manter ligações com a máfia chinesa. Gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando ligaram Tuma Jr. ao principal alvo da operação, Li Kwok Kwen, apontado como um dos chefes da máfia, em São Paulo.
Fonte: R 7
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