domingo, 5 de janeiro de 2014

Polícia abre fogo contra grevistas do setor têxtil e mata três no Camboja




Polícia usa fuzis AK-47 contra Grevista do setor têxtil do Camboja Pelo menos três pessoas morreram
Pelo menos três pessoas morreram nesta sexta-feira quando a polícia do Camboja abriu fogo contra um grupo de grevistas do setor têxtil da capital Phnom Penh. A polícia abriu fogo contra os manifestantes, que bloqueava uma estrada nas imediações da cidade.

Os trabalhadores, que exigem há semanas o aumento do salário mínimo, enfrentaram a polícia com paus, pedras e coquetéis molotov. A polícia atirou para o alto e em seguida contra os manifestantes. Além dos mortos, outros duas pessoas ficaram feridas.

Os protestos dos trabalhadores do setor têxtil já haviam resultado na morte, a tiros, de umamulher em novembro. Ativistas de direitos humanos dizem que, desta vez, os policiais usaram fuzis AK-47 para atirar contra os manifestantes e que dez deles ficaram feridos.

O porta-voz da polícia militar, Kheng Tito, disse que a intervenção era necessária depois que nove agentes ficaram feridos em confrontos com os manifestantes. "Estávamos preocupados com a segurança e precisamos reprimir a manifestação".

Duas pessoas foram detidas nos protestos, que coincidem com as manifestações da oposição, que exigem a renúncia do primeiro-ministro Hun Sen. Os protestos do setor têxtil aumentaram nos últimos anos devido às más condições de trabalho, como a falta de alimentação e o excesso de horas trabalhadas.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou nos últimos meses a deterioração das condições de trabalho. Os trabalhadores do setor têxtil cambojano, que abastece as grandes marcas internacionais, exigem um salário mínimo de US$ 160 (R$ 384) mensais em 2014.

Atualmente, o salário mínimo é de US$ 80 (R$ 192). O governo prometeu recentemente elevar a US$ 95 (R$ 228) a partir de abril, o que os sindicatos consideram insuficiente. O setor têxtil emprega 650.000 pessoas no país, sendo 400 mil em empresas exportadoras.

DA AFP, EM PNHON PENH

Folha de S.Paulo

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