terça-feira, 22 de julho de 2014

Trem com corpos de passageiros do voo MH17 chega a Kharkiv



Cidade é controlada pelo governo da Ucrânia.
Corpos serão entregues a delegação holandesa que os levará a Amsterdã.


Soldado ucraniano é visto no trem que leva os corpos das vítimas do voo MH17 após a composição chegar à cidade de Kharkiv, controlada pelo governo, nesta terça-feira (22) (Foto: Gleb Garanich/Reuters)


O trem refrigerado que transporta os corpos dos passageiros do voo MH17, provavelmente derrubado por um míssil, chegou nesta terça-feira (22) a Kharkiv, uma cidade controlada pelo governo da Ucrânia, constatou a AFP.
Os corpos das vítimas serão entregues a uma delegação holandesa que os levará de avião a Amsterdã para que sejam identificados.
Segundo um chefe rebelde, 282 corpos das 298 pessoas que viajavam no avião malaio foram encontrados, assim como muitos restos mortais das outras 16 vítimas.
O Boeing 777, que cobria o trajeto entre Amsterdã e Kuala Lumpur, caiu na última quinta-feira (17) no leste da Ucrânia depois de ser provavelmente derrubado por um míssil disparado, segundo os Estados Unidos, de uma zona controlada por rebeldes apoiados pelaRússia.
Nesta segunda-feira (21), o trem refrigerado com os cerca de 300 corpos de vítimas do avião daMalaysia Airlines deixou no início da noite (hora local) a estação de trem de Torez, cidade controlada pelos rebeldes separatistas no leste da Ucrânia.

Os restos mortais serão transportados a Amsterdã em um avião militar Hercules C130 da Holanda, com seis membros de uma equipe malaia que os acompanhará também no trem, segundo declarou Najob Razak, premiê da Malásia. De acordo com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, o governo da Ucrânia concordou que as identificações dos corpos sejam feita na Holanda.
Um porta-voz de uma equipe holandesa de peritos forenses em Kharkiv disse que o traslado para a Holanda não deve ocorrer antes de quarta-feira (23).
Um grupo de especialistas holandeses já havia examinado nesta segunda o trem com os corpos das vítimas do avião abatido no leste da Ucrânia, em uma região onde Kiev ordenou uma trégua. Um pouco mais distante, no entanto, no reduto separatista pró-russo de Donetsk, bombardeios teriam deixado ao menos três mortos.
Os peritos examinaram os corpos no trem refrigerado de cinco vagões em Torez antes de se dirigir ao local da tragédia, a 15 km de distância, onde na última quinta-feira um avião da Malaysia Airlines que voava de Amsterdã a Kuala Lumpur com 298 pessoas a bordo se acidentou.

Caixas-pretas
O líder dos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, Aleksander Borodai, entregou nas primeiras horas desta terça, pelo horário local, as duas caixas-pretas do avião.
"Aqui estão as caixas-pretas", disse Borodai em uma sala cheia de jornalistas na sede da autoproclamada "República Popular de Donetsk", enquanto um rebelde armado colocava as caixas sobre uma mesa.
Os dois lados assinaram um documento, que Borodai classificou como um protocolo para finalizar o procedimento. Um especialista malaio agradeceu à República de Donetsk pela entrega das caixas-pretas, que são propriedade da Malásia.
"Vejo que as caixas-pretas estão intactas e apresentam apenas alterações menores", disse.
As caixas-pretas, que trazem as comunicações a bordo e os dados técnicos do voo, não são capazes de revelar a origem do míssil que provavelmente derrubou o avião, que estava a 10 mil metros de altitude.
Na ocasião, os separatistas também anunciaram um cessar-fogo dos confrontos com o Exército da Ucrânia em um raio de 10 km em torno do local em que caiu o Boeing, para facilitar a investigação das causas do acidente.
O presidente Petro Poroshenko também já havia ordenado que suas tropas interrompessem as operações em um raio de 40 km ao redor do local da queda.
A pausa nas hostilidades atende à exigência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU aprovada nesta segundao que condenou "nos termos mais firmes possíveis" o ataque à aeronave e exigiu que os culpados sejam responsabilizados.
A resolução pede ainda "a todos os países e protagonistas na região", incluindo a Rússia, colaboração plena "com uma investigação internacional completa, minuciosa e independente"

Fonte: G 1

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