O número de importação de cacau no Brasil superou as expectativas e gerou um excesso no mercado interno. O fator está afetando diretamente os produtores regionais, que estão vendo o declínio nos preços da arroba, e preocupados com a recusa das empresas compradoras, de adquirirem cacau por estarem com espaço de armazenagem na região cacaueira inteiramente preenchida. De acordo com o produtor de cacau, Henrique de Almeida, as indústrias do eixo Ilhéus-Itabuna estão se negando a comprar as amêndoas. “Isto está acontecendo por conta das moageiras não estarem recebendo cacau. Como você já deve saber, o Brasil vai produzir a maior safra de cacau dos últimos quinze anos e as moageiras, ainda assim importaram 42.000 toneladas, o que fez com que eles retirassem o ágio pago no mercado interno que chegou a USD$510,00 toneladas fazendo com que os preços no mercado interno despencassem”, afirmou Almeida.
O portal Mercado do Cacau entrou em contato com algumas indústrias instaladas no sul da Bahia.
A Delfi Cacau Brasil informou que os recebimentos estão normais. “Estamos cumprindo com os nossos compromissos de compra e recebimentos de matéria prima. Também informo que não estamos importando cacau. Todas nossas compras estão direcionadas para o mercado local”, afirmou Paulo Torres, Diretor da Delfi Cacau Brasil, na unidade de Itabuna. Também procuramos a Cargill no Brasil, através de sua assessoria de imprensa e questões corporativas, mas de acordo com a mesma, os executivos responsáveis estão em viagem e não tem substitutos autorizados a falar sobre o assunto. “Apesar da alta em bolsa, tanto em Nova Iorque como em Londres, o preço (da amêndoa) está caindo. Com as alterações da Instrução Normativa 47 que facilita e barateia à importação, o governo está matando o produtor de cacau que sempre teve na liquidez seu maior aliado”, desabafou Almeida.
Fonte: Tempo Jornalismo
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