Com tiros e gritos de vitória, os palestinos na Faixa de Gaza saíram às ruas para comemorar um acordo de cessar-fogo nesta quarta-feira (21) que pôs fim a oito dias de combates mortais entre Israel e militantes islâmicos.
Depois de ficarem presos em casa por dias, com medo dos ataques aéreos israelenses, milhares de palestinos lotaram carros e montaram em motocicletas, agitando bandeiras e cantando para o Hamas, principal adversário de Israel e grupo que governa a Faixa de Gaza.
“Nós nos sentimos como se tivéssemos ganhado a nossa liberdade de volta, as nossas vidas de volta. Graças a Deus para o Hamas, e graças a Deus pela paciência e força do povo palestino em humilhar Israel”, disse Mohammed Skeik, marchando ao lado de vários amigos com o punho em alto.
O cessar-fogo mediado pelo Egito pôs fim aos ataques aéreos israelenses que atingiram centenas de alvos do Hamas e ao disparo de mais de 2.000 foguetes e morteiros do Hamas e outras facções em direção a cidades israelenses, incluindo Tel Aviv e Jerusalém.
Ao todo, 162 palestinos, incluindo 37 crianças e 11 mulheres, foram mortos na ofensiva, e cinco israelenses.
Disparando um tiro ensurdecedor de seu rifle Kalashnikov, Mohammed al-Ghazaleh disse: “(O primeiro-ministro israelense) Netanyahu vai chorar nesta noite, enquanto as pessoas de Gaza estão firmes em sua resistência e triunfaram”.
“Israel não vai pensar em nos desafiar como agora nunca mais. Nós pagamos um preço caro no sangue de nosso povo pela agressão deles, mas tivemos grandes ganhos e mostramos a nossa força”, disse.
Conselho pede respeito
O Conselho de Segurança da ONU pediu a Israel e ao Hamas que mantenham o acordo de cessar-fogo e elogiou os esforços do presidente egípcio, Mohamed Mursi, e de outras autoridades pela mediação da trégua.
O conselho, formado por 15 membros, também afirmou em comunicado que “deplorava a perda de vidas civis resultante desta situação”.
Israel e o grupo Hamas, que governa a Faixa de Gaza, concordaram nesta quarta-feira com um cessar-fogo mediado pelo Egito para acabar com oito dias de conflitos na região.
Entenda a crise
No dia 14 de novembro, uma operação militar israelense matou o chefe do braço militar do grupo Hamas na Faixa de Gaza, Ahmed Jaabali. Segundo testemunhas, ele dirigia seu carro quando o veículo explodiu. Seu guarda-costas também morreu.
Israel afirma que Jaabali era o responsável pela atividade “terrorista” do Hamas – movimento islâmico que controla Gaza – durante a última década. Após a morte, pedidos imediatos por vingança foram transmitidos na rádio do Hamas e grupos militantes menores alertaram que iriam retaliar. “Israel declarou guerra em Gaza e eles irão carregar a responsabilidade pelas consequências”, disse a Jihad Islâmica.
No dia seguinte à morte de Jaabali, foguetes disparados de Gaza mataram três civis israelenses, aumentando a tensão e ampliando o revide aéreo de Israel – que não descarta uma operação por terra. Os bombardeios dos últimos dias, que já atingiram a sede do governo do Hamas na operação chamada de “Pilar defensivo”, são a mais intensa ofensiva contra Gaza desde a invasão realizada há quatro anos na região, que deixou 1.400 palestinos mortos e 13 israelenses.
Acredita-se que a metade dos mortos sejam civis, o que desperta críticas à ação de Israel. O país alega que os membros do Hamas se escondem entre a população civil.
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Fonte: G1
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