quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Leilão da ANP para exploração de gás em terra arrecada R$ 165 milhões








Dos 240 blocos ofertados, apenas 72 foram arrematados.
Petrobras levou 49 dos blocos oferecidos no leilão.



Magda Chambriard entre diretores da ANP durante a execução do Hino Nacional (Foto: Lilian Quaino/G1)

O leilão de áreas em terra para exploração de gás realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) nesta quinta-feira (28) arrecadou R$ 165 milhões em bônus de assinatura, com ágio de 755,95%. Dos 240 blocos ofertados, apenas 72 foram arrematados. Das sete bacias sedimentares onde se localizam os blocos, duas não tiveram qualquer oferta – a de Parecis e a de São Francisco.

O leilão estava previsto para continuar na sexta-feira, mas foi encerrado.

A falta de interesse fez com que a arrecadação ficasse abaixo das expectativas. Caso todos os blocos tivessem sido vendidos, ainda que pelo valor mínimo, a arrecadação teria sido de ao menos R$ 2,2 bilhões. 21 empresas estavam habilitadas a participar do leilão.

A Petrobras levou a maior parte dos blocos arrematados: 49. Destes, arrematou 27 sozinha e 22 em consórcio com outras empresas. O foco da companhia foi principalmente no Recôncavo, onde arrematou 20 blocos. A estatal também mostrou interesse na Bacia de Sergipe-Alagoas, levando 19 blocos. Ganhou nove blocos na Bacia do Paraná e foi a única empresa a fazer ofertas e levar um bloco no Acre.

Os 72 blocos arrematados somam uma área de 47,4 mil quilômetros quadrados.

Segundo a ANP, considerando apenas o programa exploratório mínimo, o investimento nos blocos está estimado em mais de R$ 500 milhões. A média de conteúdo local oferecido é de 72,61% para a fase de exploração e 84,47% para a de desenvolvimento.

No total, 12 empresas apresentaram ofertas vencedoras, sendo 8 brasileiras e 4 estrangeiras. As outras vencedoras foram: Alvopetro, Bayar, Companhia Paranaense de Energia, Cowan, GDF Suez, Geopark, Nova Petróleo, Ouro Preto, Petra Energia, Petrobras, Trayectoria e Tucumann.

A 12ª rodada de licitações para blocos em terra acontece um mês depois do primeiro leilão do pré-sal, do campo de Libra, pelo qual o governo obteve um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões, além de 41,65% do excedente do petróleo extraído.


ANP considera leilão um sucesso
Mesmo com apenas 72 blocos arrematados, a diretora-geral da ANTT, Magda Chambriard, considerou um sucesso o leilão. “A cultura da exploração e produção do gás necessita ser semeada e desenvolvida”, disse.

Em relação à falta de interesse pelos blocos das bacias de Parecis e do São Francisco, que não receberam nenhuma oferta, ela explicou que a ANP vai continuar seus trabalhos de reconhecimento das regiões. Para ela, as empresas podem ter considerado insuficiente o conhecimento disponível sobre as regiões.

Já o interesse pela Bacia de Sergipe-Alagoas deixou a diretora animada: “Sergipe-Alagoas brilhou. Foram muitos blocos adquiridos. Isso significa que as bacias maduras continuam tendo grande protagonismo nos leilões da ANP”, afirmou.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, João Carlos de Luca, algumas áreas receberam poucas ofertas pelas dificuldades para o desenvolvimento dos blocos. “Algumas áreas são muito inóspitas, sem infraestrutura. Como vai escoar a produção? Em Juruá, no Amazonas, por exemplo, a primeira descoberta foi em 1978 e até hoje não houve produção. A Bacia do Paraná ainda é um desafio do ponto de vista geológico, mas está bem perto dos mercados. E em Sergipe-Alagoas há infraestrutura”, explicou.
Produção
Hoje as reservas provadas de gás do país são de 460 bilhões de metros cúbicos, com uma produção diária de 70,7 milhões de metros cúbicos por dia. Com as áreas do leilão desta rodada, mais os campos de Frade, Lula e Libra, a ANP estima que a produção diária do país alcance 120 milhões de metros cúbicos por dia em 2020.

Bacias
Dos 19 blocos em terra na Bacia do Paraná oferecidos para exploração de gás na 12ª rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), 16 foram arrematados, somando um bônus de assinatura de R$ 31,7 milhões. Três blocos não receberam oferta.

Os consórcio formados por Petrobras e Cowan e Petra Energia, Tucumann, Copel e Bayar arremataram 11 blocos do primeiro setor leiloado na Bacia do Paraná. O bônus de assinatura somou R$ 21,4 milhões, com ágio de 560%. O investimento previsto na área de 32 mil metros quadrados é R$ 174,3 milhões.
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Os cinco blocos do segundo setor da mesma bacia oferecido foram todos arrematados por um bônus de assinatura de R$ 10, 2 milhões, com ágio de 465% e investimento previsto de R$ 55 milhões. O consórcio Petra Energia e Bayar, a Petrobras e a Petra Energia levaram os blocos.

Na Bacia do Parnaíba, de 32 blocos, apenas um foi arrematado pela Geopark Brasil por R$ 920 mil, um ágio de 29%. A área de 763 quilômetros quadrados terá investimento de R$ 6,7 milhões.

Na Bacia do Acre , dos 9 blocos ofertados um foi levado pela Petrobras por um bônus de assinatura de R$ 295 mil, com investimento previsto em R$ 12,2 milhões para uma área de 1,6 mil quilômetros quadrados.

Em dois setores leiloados na bacia Sergipe-Alagoas, a Petrobras levou sete blocos; a Geopark, 1; o consórcio Nova Petróleo e Petrobras, 4; e a Trayectoria, 4. De 50 blocos ofertados, 16 foram arrematados. O bônus de assinatura dos dois setores soma R$ 38 milhões, e o investimento previsto é de R$ R$ 63,3 milhões.

Na segunda parte do leilão de blocos na bacia Sergipe-Alagoas, de 30 oferecidos, oito foram arrematados, cinco pela Petrobras sozinha e quatro em consórcio com a Nova Petróleo. Esses blocos tiveram um bônus de assinatura de R$ 14,8 milhões e investimento previsto de R$ 38,5 milhões.

A bacia de Parecis, com 14 blocos em oferta, não teve área arrematada. Também não houve interesse pelos 36 blocos da bacia do São Francisco.

Veja a lista dos blocos arrematados e vencedores:

Bacia do Paraná
Setor SPAR-CN
PAR-T-198 Petrobras (100%)
PART-T-199 Petra Energia (50%) Bayar (50%)
PAR-T-218 Petrobras (100%)
PAR-T-219 Petra Energia (50%) Bayar (50%)
PAR-T-220 Petra Energia (50%) Bayar (50%)

Setor SPAR-CS
PAR-T-300 Petra Energia (30%) Tucumann (10%) Copel (30%) Bayar (30%)
PAR-T-309 Petra Energia (30%) Tucumann (10%) Copel (30%) Bayar (30%)
PAR-T-271 Petrobras (60%) Cowan Petróleo e Gás (40%)
PAR-T-272 Petrobras (60%) Cowan Petróleo e Gás (40%)
PAR-T-284 Petrobras (60%) Cowan Petróleo e Gás (40%)
PAR-T-285 Petrobras (60%) Cowan Petróleo e Gás (40%)
PAR-T-286 Petrobras (60%) Cowan Petróleo e Gás (40%)
PAR-T-297 Petrobras (100%)
PAR-T- 298 Petrobras (100%)
PAR-T-308 Petra Energia (30%) Tucumann (10%) Copel (30%) Bayar (30%)
PAR-T-321 Petra Energia (30%) Tucumann (10%) Copel (30%) Bayar (30%)

Bacia do Parnaíba
Setor SPN-O
PN-T-597 Geopark (100%)

Bacia do Acre
Setor SAC
AC-T-8 Petrobras (100%)

Bacia Sergipe-Alagoas
Setor SSEAL-T2
SEAL-T-112 Petrobras (100%)
SEAL-T-118 Trayectoria (100%)
SEAL-T-142 Petrobras (100%)
SEAL-T-143 Trayectoria (100%)
SEAL-T-154 Trayectoria (100%)
SEAL-T-155 Trayectoria (100%)
SEAL-T-165 Petrobras (100%)
SEAL-T-177 Petrobras (100%)

Setor SSEAL-T3
SEAL-T- 229 Petrobras (100%)
SEAL-T-268 Geopark (100%)
SEAL-T-280 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)
SEAL-T-198 Petrobras (100%)
SEAL-T-208 Petrobras (100%)
SEAL-T-279 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)
SEAL-T-291 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)
SEAL-T-292 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)

Setor SSEAL-T4
SSEAL-T-345 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)
SEAL-T- 346 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)
SEAL-T-359 Petrobras (100%)
SEAL-T- 360 Nova Petróleo (50%) Petrobras (50%)
SEAL-T-372 Petrobras (100%)
SEAL-T-383 Petrobras (100%)
SEAL-T-384 Petrobras (100%)
Setor SSEAL-T5
Blocos
SEAL-T-420 Petrobras (100%)

Bacia do Recôncavo
Setor SREC-12
REC-T-32 Petrobras (100%)
REC-T-51 Petrobras (100%)
REC-T-79 Trayectoria (100%)
REC-T-50 Petrobras (100%)
REC-T-52 Petrobras (100%)
REC-T-59 Trayectoria (100%)
REC-T-60 Petrobras (100%)
REC-T-61 Petrobras (100%)
REC-T-68 Trayectoria (100%)
REC-T-69 Trayectoria (100%)
REC-T-70 Petrobras (100%)
REC-T-78 Trayectoria (100%)
REC-T-80 Petrobras (100%)
REC-T-88 Trayectoria (100%)
REC-T-89 Petrobras (100%)
REC-T-40 Petrobras (100%)

Setor SREC-T4
REC-T-225 Alvopetro (100%)
REC-T-169 Alvopetro (100%)
REC-T-194 Petrobras (40%) Cowan Petróleo e Gás (30%) Ouro Preto (30%)
REC-T-198 Alvopetro (100%)
REC-T-208 Petrobras (40%) Cowan Petróleo e Gás (30%) Ouro Preto (30%)
REC-T-209 Cowan Petróleo e Gás (60%) Petrobras (40%)
REC-T-225 Petrobras (40%) GDF Suez (25%) Ouro Preto (35%)
REC-T-239 Petrobras (40%) GDF Suez (25%) Ouro Preto (35%)
REC-T-240 Petrobras (40%) GDF Suez (25%) Ouro Preto (35%)
REC-T-253 Petrobras (40%) GDF Suez (25%) Ouro Preto (35%)
REC-T-254 Petrobras (40%) GDF Suez (25%) Ouro Preto (35%)
REC-T-256 Alvopetro (100%)
REC-T-268 Petrobras (40%) GDF Suez (25%) Cowan Petróleo e Gás (35%)
REC-T-281 Cowan Petróleo e Gás (60%) Petrobras (40%) 
 
Fonte: G1 RJ

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