sábado, 24 de março de 2018

Mulher relata assédio no BRT do Rio: 'Tive que esmurrar, socar'


Bárbara reclamou da falta de prontidão na assistência de agentes do transporte público. BRT disse realizar investigação interna.





Mulher posta vídeo com denúncia de assédio no BRT, no Rio de Janeiro
A produtora e trancista Bárbara Lage foi assediada no transporte público, nesta quinta-feira (22), no Rio. Ela denunciou a demora no socorro por parte dos agentes do BRT e contou que, diante do nervosismo e raiva provocados pelo constrangimento da situação, terminou por golpear o agressor com socos, tapas e puxões.
Bárbara chegou a publicar um vídeo nas redes sociais relatando o que passou no momento do assédio.
"Eu afastei minha bolsa e coloquei a mão onde eu achei que estava o mal ... Mas eu coloquei a mão com vontade porque eu já peguei ali para machucar. Eu simplesmente segurei com a minha mão esquerda e amassei como se não houvesse amanhã. Eu peguei e, na mesma hora, eu murrei ele, eu peguei o piru dele, amassei e dei na cara dele, e dei na cara dele de novo, e dei de novo até ele sair do BRT".
Emocionada, ela contou que o homem saiu do BRT próximo da estação de Paciência e que ela recebeu ajuda de quatro mulheres negras que estavam no vagão. A vítima disse ainda que três funcionários do BRT chegaram a ouvir o relato dela e a conduziram para uma nova composição. Ela relatou não conseguir fazer um registro de ocorrência virtual porque o sistema da Polícia Civil estava fora de área.
"É incrível como a gente não tem uma proteção do BRT. É incrível. A gente tem insegurança no patrimônio do BRT. Não tem segurança, o ser humano que paga o BRT. A gente não tem socorro nenhum. E hoje eu tentei fazer um boletim de ocorrência pela internet. Eu não tinha condições nenhuma de enfrentar delegacia. E eu não consegui porque o sistema estava dando erro. É muito complicado", lamentou.
Em nota, o consórcio BRT informou que se solidariza com a vítima e repudia o crime. A empresa disse realizar uma investigação interna para averiguar o tipo de atendimento prestado à Bárbara. Para o consórcio, o assédio é uma realidade no transporte público e, por isso, afirmou investir em campanhas de orientação sobre como agir em relação a esse tipo de crime e também no intuito de criar uma cultura de denúncia, para acabar com a sensação de impunidade.
Além das campanhas, o BRT ressaltou que mantém vídeos alertando sobre assédio em transporte público nas TVs embarcadas em sua frota.
No vídeo publicado pela trancista, ela contou que, pela grande quantidade de pessoas no vagão, não percebeu o que acontecia, mas que se sentiu incrédula ao perceber que vivenciava uma situação de assédio. Bárbara apelou aos espectadores de sua publicação que buscassem sempre ajudar mulheres em situações como a dela, já que a vítima normalmente se encontra transtornada.
"Quando uma mulher gritar 'socorro, estou sendo assediada', tome uma postura, ligue para a polícia, ajude de alguma maneira porque quem está passando por aquilo não tem condições psicológicas para tomar uma atitude que seria a certa", orientou.

Fonte: G1

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