Garoto de 13 anos é apontado como suspeito de crime na Brasilândia.
Aparelhos que medem ruído foram instalados em casas vizinhas.
Peritos fizeram na madrugada desta segunda-feira (19) testes com tiros
dentro da casa onde a família dos policiais militares Luís Pesseghini e
Andréia Regina Bovo Pesseghini foi morta na Vila Brasilândia, na Zona
Norte de São Paulo.
O objetivo do Instituto de Criminalística foi confirmar se a vizinhança
pode ter ouvido os disparos dados pelo assassino entre a noite do dia 4
e a madrugada do dia 5 de agosto. O garoto Marcelo Pesseghini, de 13
anos, é apontado pela polícia como suspeito de matar os pais, a avó e a
tia-avó.
Dois aparelhos que medem ruído foram instalados em casas vizinhas na
Rua Dom Sebastião. Vários disparos foram dados com uma arma semelhante à
utilizada no crime - uma pistola .40. Um perito constatou que, de fato,
os disparos podem ter sido ouvidos pelos vizinhos. Jornalistas tiveram
que permanecer à distância.
Durante as investigações, que entram na terceira semana, alguns
vizinhos disseram ter ouvido disparos que mataram o sargento da Rota
Luís Pesseghini e a cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, a avó
Benedita de Oliveira Bovo, e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva. A
investigação aponta que, depois, Marcelo foi para a escola com o carro
da mãe de madrugada, assistiu às aulas pela manhã, retornou de carona
para a residência da família na Brasilândia, e se matou.
Videogame
O advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), disse nesta sexta-feira (16) que o garoto teria sido “influenciado” por jogar muito videogame. O advogado tem acompanhado as investigações por parte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e garantiu que estão sendo feitas de forma “correta, transparente, serena e legal”. Ele acompanhou os depoimentos de 16 pessoas das 31 chamadas pela Polícia Civil para poder traçar o perfil da família de policiais militares.
O advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), disse nesta sexta-feira (16) que o garoto teria sido “influenciado” por jogar muito videogame. O advogado tem acompanhado as investigações por parte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e garantiu que estão sendo feitas de forma “correta, transparente, serena e legal”. Ele acompanhou os depoimentos de 16 pessoas das 31 chamadas pela Polícia Civil para poder traçar o perfil da família de policiais militares.
O garoto usava a imagem de um assassino de videogame no seu perfil do
Facebook há um mês. O suspeito havia trocado sua foto de perfil no dia 5
de julho, passando a utilizar a imagem de um matador do game
"Assassin’s Creed". Esta foi a última atualização de Marcelo na rede
social.
Para o advogado, os laudos deverão reforçar ainda mais a versão de que Marcelo Pesseghini é o autor da chacina na Brasilândia. “Esse caso é um divisor de águas. Os pais terão de repensar as suas posições, os policiais terão de repensar as suas posições, e a imprensa terá de repensar a abordagem de alguns casos”, afirmou.
Para o advogado, os laudos deverão reforçar ainda mais a versão de que Marcelo Pesseghini é o autor da chacina na Brasilândia. “Esse caso é um divisor de águas. Os pais terão de repensar as suas posições, os policiais terão de repensar as suas posições, e a imprensa terá de repensar a abordagem de alguns casos”, afirmou.
Segundo Arles Júnior, os depoimentos prestados revelam que o menino
apresentou uma mudança de comportamento, influenciado pelo jogo de
videogame. “Todos os depoimentos chamam a atenção, cada um em
determinado momento, como se fosse um quebra-cabeças”, disse. Das 31
pessoas ouvidas pela polícia, seis eram amigos de Marcelo Pesseghini, de
acordo com o advogado da OAB.
Depoimentos
Na quarta-feira (14), um amigo de Marcelo Pesseghini disse em depoimento que recebeu um telefonema do garoto, horas antes do crime, avisando sobre os assassinatos. A polícia começa, com os depoimentos, a traçar o perfil do adolescente.
Na quarta-feira (14), um amigo de Marcelo Pesseghini disse em depoimento que recebeu um telefonema do garoto, horas antes do crime, avisando sobre os assassinatos. A polícia começa, com os depoimentos, a traçar o perfil do adolescente.
Colegas de escola confirmaram que ele disse várias vezes que queria
matar os pais, se tornar um matador de aluguel e sair pelo mundo. Um
deles contou que, no domingo à tarde, horas antes do crime, Marcelo
ligou e disse que iria colocar esse plano em prática. O amigo não deu
muita atenção e desligou. No dia seguinte, o garoto soube o que
aconteceu com a família Pesseghini.
A polícia espera receber na próxima semana os laudos da perícia que vão ajudar a esclarecer o caso.
Furto a caixas
O deputado estadual Major Olímpio Gomes (PDT) disse nesta quarta-feira (14) que a cabo Andréia foi convidada por outros policiais militares do 18° Batalhão para participar de furtos a caixas eletrônicos. “Eu recebi de policiais da própria Zona Norte, que eu conheço, a informação de que a cabo Andréia foi convidada por colegas para participar do furto de caixas eletrônicos”, afirmou major Olímpio.
O deputado estadual Major Olímpio Gomes (PDT) disse nesta quarta-feira (14) que a cabo Andréia foi convidada por outros policiais militares do 18° Batalhão para participar de furtos a caixas eletrônicos. “Eu recebi de policiais da própria Zona Norte, que eu conheço, a informação de que a cabo Andréia foi convidada por colegas para participar do furto de caixas eletrônicos”, afirmou major Olímpio.
De acordo com o deputado estadual, ele recebeu a denúncia de militares
de várias unidades e diversas patentes e relatou o fato ao coronel Rui
Conegundes, comandante da Corregedoria da PM.
A suspeita de ligação de PMs com esta modalidade de crime tinha sido
apresentada pelo comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, coronel
Wagner Dimas, durante uma entrevista à Rádio Bandeirantes. Entretanto,
Dimas voltou atrás e disse ter se perdido durante a entrevista. Dimas
disse inicialmente que a cabo ajudou nas investigações confirmando que
existia envolvimento de PMs em furtos a caixas eletrônicos.
Segundo relato de Major Olímpio, os policiais que fizeram denúncias
dizem que Andréia teria recusado a proposta de formação de quadrilha e
denunciou alguns colegas ao seu superior na época, o capitão Fábio
Paganotto, no início de 2012. O capitão investigou o caso, mas não
chegou a nenhuma conclusão e foi transferido do 18° Batalhão para o 9°
Batalhão.
Para o parlamentar, o coronel Dimas voltou atrás na sua declaração na
Corregedoria após ter sido pressionado pelos seus superiores.
“Obviamente, ele foi pressionado porque não havia registro oficial da
denúncia”, afirmou. “Ele acabou sendo destroçado administrativamente
pela Secretaria de Segurança Pública [ao recuar na sua declaração]”,
disse o Major Olímpio.
Segundo ele, coronel Wagner Dimas foi afastado do comando do batalhão.
Oficialmente, a PM informou que o próprio Dimas foi quem solicitou
afastamento por motivos médicos, mas que ele continua no comando da
unidade.
Na época em que o cabo denunciou os colegas, o comandante do 18º
Batalhão era o coronel Osni Rodrigues de Souza, que hoje está na
reserva. "Não podemos desprezar nenhuma possibilidade para a elucidação
da chacina de uma família de policiais, nenhuma linha de investigação”,
disse o deputado.
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