MP-GO questiona transporte escolar de cidade após acidente com alunos

Batida de Kombi irregular motivou solicitação dos dados de Inhumas, Goiás.
Após batida, nove pessoas ficaram feridas, sendo oito estudantes.

Acidente aconteceu no último dia 9, em Inhumas
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O Ministério Público solicitou que Dioji Ikeda, prefeito de Inhumas, a 48 km de Goiânia, forneça à Justiça, dados e informações relacionadas ao transporte público escolar na cidade. O pedido foi feito pelo promotor de Justiça Maurício Gebrim, que pretende saber se há irregularidades no serviço prestado. A iniciativa se deve, principalmente, a um acidente que ocorreu no último dia 9, quando uma Kombi do transporte escolar do município, bateu em um Toyota Corolla.
Na colisão, nove pessoas ficaram feridas, sendo o motorista, mais oito crianças. Uma delas chegou a ficar internada em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Um dia após o acidente, o dono e o motorista do veículo foram presos. Segundo a polícia, o veículo não estava legalizado.
O promotor quer a relação dos veículos que realizam o transporte de estudantes na cidade e dados como a marca, modelo, placas, chassis e proprietários dos carros, sejam da frota própria da prefeitura ou terceirizada.

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No caso dos prestadores de serviço, também deverá ser encaminhado o documento de licitação e cópias dos contratos firmados. Além disso, o cumprimento de exigências para a circulação, estabelecidas no Código Brasileiro de Trânsito (CBT) terá que ser comprovado.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Inhumas informou ao G1 que o prefeito Dioji Ikeda já  foi notificado oficialmente e que se comprometeu a apresentar todos os documentos requisitados pelo MP.
Acidente
O acidente entre a Kombi e o Corolla aconteceu no km 35 da GO-070, no trevo de acesso a Inhumas. “As informações apontam que a Kombi seguia no sentido Itauçu/Inhumas, quando tentou retornar, por volta das 12h30. Aí acabou atingindo o Corolla que estava no sentido contrário”, explicou ao G1 o sargento da PRE, Valdeci Alves Pereira.
Além do motorista, oito crianças ficaram feridas O condutor do Corolla saiu ileso. Sete vítimas tiveram ferimentos leves e foram encaminhadas a hospitais da cidade. As outras duas crianças foram encaminhadas para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Uma delas, de 12 anos, foi socorrida e levada para a unidade no helicóptero do Corpo de Bombeiros. Já a outra menina, de 13 anos, também foi levada ao Hugo em uma ambulância dos bombeiros. Mas, os ferimentos foram menos graves e ela foi liberada em poucos dias.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o veículo não estava caracterizado e com as adequações necessárias para o transporte escolar, como determina a legislação.

Após colisão, menina foi levada ao hospital em estado grave (Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros)

Prisão
O motorista e o dono do Kombi foram presos um dia após o acidente. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Humberto Teófilo de Menezes Neto, condutor do veículo realizou cursos para realizar o transporte escolar, no entanto, o veículo não estava legalizado.
“A Kombi não podia levar crianças, pois não tinha cinto de segurança para todos, não passou por revisões e, além de tudo, estava em alta velocidade no momento do acidente”, explicou ao G1.
Ainda segundo o delegado, a dupla deve ser indiciada por tentativa de homicídio, pois assumiu o risco de matar. “Por enquanto tudo leva a crer que eles sabiam que estavam irregulares e mesmo assim colocaram todos os menores nessa situação”, ressaltou Neto.
O delegado explicou que o transporte escolar na cidade é regulamentado pela Prefeitura de Inhumas. O dono da Kombi tinha uma permissão para realizar o serviço, no entanto, com um outro veículo. “Realmente ele obteve a autorização, mas para outra van. O veículo acidentado estava totalmente irregular”, disse.

Fonte: G 1