quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Papa cita divisões internas na Igreja em aparição após renúncia




Conclave deve acontecer entre 15 e 20 de março.
Bento XVI foi recebido com um longos aplausos de milhares de fiéis.

Ilze Scamparini
Roma, Itália

Na primeira aparição pública depois de anunciar a renúncia, o papa Bento XVI falou de "divisões internas que desfiguram a Igreja". O conclave para a escolha do novo papa deve acontecer entre os dias 15 e 20 de março.
Se ele temia a reação dos católicos, logo se tranquilizou. Em sua primeira aparição pública desde a notícia da renúncia, o papa Bento XVI foi recebido com longos aplausos de milhares de fiéis. O pontífice, que está se despedindo, começou a sua tradicional audiência das quartas-feiras explicando as razões que o levam a deixar o cargo.
Afirmou que tomou a decisão em plena liberdade, pelo bem da Igreja Católica, depois de rezar por um longo período e examinar a sua consciência. Foi constantemente interrompido por novos aplausos e gritos de aprovação.
O papa agradeceu a presença de grupos de várias partes do mundo, como de Curitiba e de Porto Alegre. Mais tarde, na Basílica Vaticana, na missa da quarta-feira de Cinzas, Bento XVI voltou a falar que o verdadeiro discípulo não serve a si mesmo, e mandou uma mensagem clara aos que lutam contra a unidade da Igreja.

Bento XVI lembrou que Jesus denunciou a hipocrisia religiosa e criticou a atitude daqueles que só buscam o sucesso. Condenou as divisões na Igreja e propôs que as rivalidades sejam superadas.

Muitos fiéis ficaram do lado de fora da basílica e tiveram que assistir à missa através de telões. Com capacidade de 60 mil pessoas, a basílica de São Pedro estava repleta. Bento XVI seguiu até o altar, na cadeira móvel. Foi a última cerimônia com os cardeais, e muitos deles se emocionaram.

Ainda não há uma data exata para o início do conclave, a reunião que vai escolher o substituto de Bento XVI. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que será de 15 a 20 de março. O anel do pescador, o símbolo oficial do papa, será destruído, representando o fim do papado de Bento XVI.


Fonte:  Jornal do Globo

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