quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Servidor de banco simula sequestro para tentar justificar desvios em SE



Ele desviou R$ 200 mil para comprar um restaurante em Porto da Folha.
Polícia informou que o suspeito confessou os crimes e disse que agiu sozinho.


Material apreendido na ação policial (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
Material apreendido na ação policial
(Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) apresentou nesta quarta-feira (30) detalhes da prisão de um coordenador de caixa do Banco do Estado de Sergipe(Banese) do município de Porto da Folha. O jovem servidor público de 28 anos foi detido na noite de segunda-feira (28). Ele é suspeito de roubar R$ 200 mil e de simular o próprio sequestro na tentativa de encobrir os desvios.
“Com informações privilegiadas por causa do cargo que ocupava ele abria os caixas e fazia vários depósitos na conta da esposa dele. Eram depósitos imaginários porque na verdade não havia dinheiro, ou seja, o valor era repassado para a mulher e era descontado do banco sem nenhum cliente ser prejudicado”, explica o delegado Flávio Albuquerque, direto do Complexo de Operações Policiais Especiais.O suspeito foi pego depois de dar várias informações desencontradas à polícia. Após saber que a auditoria do banco iria fiscalizar a agência na segunda-feira (28) e certamente descobriria os desvios, o funcionário do Banese disse que havia sido sequestrado e obrigado a desviar R$ 200 mil porque a família dele estaria sendo ameaçada.Os desvios eram feitos desde julho de 2012. No final do ano passado ele somou os R$ 170 mil necessários para comprar um bar e restaurante na Ilha do Ouro, no município de Porto da Folha. Após fechar o negócio ele desviou mais R$ 30 mil para a reforma do estabelecimento onde já estava trabalhando junto com a esposa no local.
Flávio Albuquerque, diretor do Cope (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
Flávio Albuquerque, diretor do Cope
(Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
Entenda o caso
“Inicialmente ele disse que foi abordado na saída de casa por dois homens armados com pistolas Ponto 40. Que um dos sequestradores entraram no carro dele e o obrigaram a desviar R$ 200 mil para os criminosos”, relata Flávio Albuquerque.

Após isso, os supostos criminosos teriam o abandonado entre os municípios de Gararu eNossa Senhora de Lourdes onde, na versão do suspeito, ele teria sido abandonado junto com o carro e um malote com 200 cédulas de R$ 5. “A ideia dele era informar à polícia o número de série dessas cédulas para ajudar nas investigações e assim parecer que ele estava colaborando com a gente”, afirma o diretor do Cope.
A polícia desconfiou da história contada pela até então vítima de um sequestro e ao perceber o circo fechando o coordenador de caixa confessou o crime e o falso sequestro. “Não existiu outro participante nesses crimes. Até o momento não pode-se afirmar que a esposa do suspeito tinha conhecimento do golpe porque era ele quem ficava com o cartão e monitorava a conta da esposa”, finaliza Albuquerque.
O restaurante passa a ser de propriedade do Banese que deve leiloar o bem. O suspeito pode responder ao processo em liberdade por não ter antecedentes criminais e ter cometido um crime de menor potencial ofensivo.
Fonte: G 1 Sergipe

Nenhum comentário:

Postar um comentário