Transporte coletivo, logística, enfim, toda a atividade econômica tende a sofrer impactos inflacionários com a alta no preço dos combustíveis — estimada em 7% para gasolina e 5% para o diesel. Na avaliação feita por João Chierighini, gerente de logística da Bioagência, o impacto maior deve ser sentido no setor de logística, já que o escoamento de produção se dá em grande parte pelas rodovias. “O valor do frete pode subir cerca de 2,5%, já que o diesel é responsável cerca de 35%a 40%de composição do preço (cobrado pelo setor). Seu efeito é amplo, se estendendo a todas as atividades de bens e serviços, mas é difícil calcular ao certo”, diz.
Diante de um cenário de alta demanda por combustíveis, Chierighini acredita que as empresas repassarão 100% do reajuste aos produtos. Já Rafael Costa Lima, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apesar de acreditar também neste cenário, observa que o repasse aos produtos deve acontecer ao longo do ano e sem muito efeito para o consumidor.
Segundo ele, a inflação será mais sentida no segmento de transporte de passageiros e nas tarifas de táxi. “As negociações em torno da definição dos valores das passagens de ônibus, tanto para transporte coletivo quanto rodoviário, devem ser bem pressionadas pelos agentes do setor”, afirma, lembrando que o consumidor com até 10 salários mínimos destina cerca de 3,1% de seu orçamento para custear transporte público; 0,41%trans-porte rodoviário e 0,13% com uso de táxi.
Fonte: O Tempo Jornalismo
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